Os perigos da viagem de Yuri Gagarin ao espaço, há 60 anos

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Há exatos 60 anos, em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin se tornava o primeiro ser humano a ir ao espaço. Ele só não fazia ideia do perigo que corria, dada a tecnologia e o conhecimento limitado que os cientistas soviéticos tinham naquela época, em comparação com os dias atuais.

A diferença em termos de segurança era gigantesca e muitos astronautas e cosmonautas de hoje pensariam duas vezes antes de encarar uma viagem dessas.

Apesar de serem exaustivamente testados, os foguetes Vostok, como o que levou Gagarin, não eram nem um pouco confiáveis.

Os resultados dos testes, que foram feitos não apenas com equipamentos, mas também com bonecos que simulavam humanos e até cães, para que a capacidade de sobrevivência no espaço fosse analisada, foram, no geral, muito malsucedidos.

A cápsula habitada por Gagarin tinha cerca de 1,80m de diâmetro, e ao contrário do que acontece hoje, o cosmonauta não tinha acesso a nenhum controle interno.

Ele era praticamente um passageiro dentro do Vostok, mas felizmente foi um passageiro com muita sorte. Seu voo inaugural funcionou de forma quase perfeita, mas mesmo assim teve falhas que poderiam ter colocado tudo a perder.

Na descida, os cabos que separavam os dois últimos módulos demoraram a se soltar, e os cálculos de entrada não estavam 100% corretos.

Isso fez com que Gagarin girasse muito rápido na descida e quase perdesse a consciência. Havia também uma expectativa a respeito dos freios, que felizmente funcionaram.

E a coragem?

A BBC russa perguntou a alguns cosmonautas se eles encarariam a missão de Gagarin hoje na mesma Vostok em 1961. As respostas mostraram o quão arriscado foi aquele voo. Pavel Vinogradov afirmou que até iria, mas tem suas ressalvas.

“Você tem que entender quais eram os meus conhecimentos quando voei pela primeira vez. Sou engenheiro, sei muito. Gagarin provavelmente não sabia de tudo isso”, afirmou.

Já Sergei Ryazanski é ainda mais cauteloso, embora entenda que o período e a atmosfera da época eram mais românticos, além da idade dos envolvidos.

“Provavelmente, se tivesse essa idade, devido ao meu desejo de aventura, eu concordaria. Agora, é claro, eu não faria. Tenho quatro filhos e uma responsabilidade com minha família”, disse.



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