Vulcões: montanhas que expelem rocha derretida ou a vingança dos deuses? Independente do debate, vulcões existem e, quando explodem, convertem tudo à sua volta em pó, cinzas e lava. E aqui estão os mais propensos a fazer isso de verdade e em breve.
Monte Merapi (Java, Indonésia)
O vulcão da Indonésia mais ativo e um dos dezesseis Vulcões da Década – 16 vulcões identificados pela International Association of Volcanology and Chemistry of the Earth’s Interior (IAVCEI) como sendo merecedores de estudos particulares frente a sua história de grandes e destruidoras erupções e proximidade a áreas populadas -, o Monte Merapi tem uma boa contagem de corpos pra comprovar sua letalidade. Cinco erupções de 1.006 a 1930 mataram mais de mil pessoas e uma erupção em 2010 matou mais 353. Na sequência da erupção de 2010, o governo indonésio estabeleceu uma zona estéril em torno do vulcão, onde nenhum cidadão está autorizado a permanecer de forma permanente e sem nenhuma nova infraestrutura a ser construída. É interessante notar que muitos javaneses que vivem perto do vulcão acreditam que ele é habitado por espíritos e regularmente deixam oferendas pra apazigua-los. Pro seu próprio bem, devemos encorajá-los a deixarem esmolas melhores.
Caldeira de Yellowstone (Estados Unidos)
Visitado por centenas de milhares de turistas todos os anos, o Parque Nacional de Yellowstone dos Estados Unidos é provavelmente um local muito perigoso. Às vezes chamado de Yellowstone Supervolcano, a Caldeira de Yellowstone ocupa cerca de um quarto do parque, com uma câmara de magma com cerca de 80 quilômetros de comprimento e 20 de largura. Além de causar as vistas geotérmicas maravilhosas no parque, ele também causa um pouco de preocupação pros vulcanólogos. De acordo com alguns deles, a Caldeira está muito atrasada pra uma grande erupção, enquanto outros alegam que não haverá perigo tão cedo. Além disso, acrescentam, se uma erupção acontecer, não vai ser apocalíptica. Só sei que não vou ser eu quem vai arriscar estar lá na hora errada.
Monte Vesúvio (Itália)
Pairando sobre Nápoles, Itália, o Monte Vesúvio é o vulcão mais fortemente monitorado no planeta. Em vários momentos, suas erupções cobriram a Europa com cinzas ou fez suas proximidades inabitáveis por décadas. Nunca vamos esquecer de Pompéia e sua erupção, que foi vista a quilômetros de distância. À medida que o vulcão ainda está bastante ativo, os cientistas estão constantemente à procura da próxima catástrofe, que, em termos científicos, poderia acontecer a qualquer momento. E se isso acontecer, haverá problemas pros mais de três milhões de cidadãos de Nápoles. Segundo relatos, a cidade não tem um plano de evacuação bom o suficiente – pelas estimativas atuais, apenas 600 mil pessoas poderiam escapar dentro de 72 horas e, como todos sabemos, os vulcões não são conhecidos pela sua paciência.
Vulcão de Sakurajima (Japão)
O Japão é o lar de cerca de 110 vulcões ativos. Deles, 47 são vigiados de perto. Dos 47, Sakurajima é a maior ameaça ao povo japonês. Apesar do nome um tanto festivo – algo como Ilha da Flor de Cerejeira -, os 700 mil cidadãos de Kagoshima estão em alerta quase todo o tempo. Originalmente uma ilha por si só, em 1914 ela expeliu lava contínua ao longo de vários meses até se tornar parte da ilha de Kyushu. Infelizmente, ela também matou 35 pessoas no processo. Sakurajima também foi listado como ativo desde setembro de 2015 – e entrou em erupção em fevereiro de 2016 e mais uma vez em abril. Essa atividade quase constante sugere um prelúdio pra algo cataclísmico.
Monte Nyiragongo (República Democrática do Congo)
Localizado na fronteira rochosa entre o Ruanda e a RDC, o Monte Nyiragongo não faz muito pra manter a região menos instável. Outro Vulcão da Década, o Monte Nyiragongo apresenta um perigo constante pra região. Mesmo quando uma erupção não é iminente, bombas de dióxido de carbono saem das suas aberturas, matando animais e crianças. E quando ele entrar em erupção… Cuidado. A lava neste vulcão é mais líquida do que em outros e pode viajar a até 100 km/hora. Durante um evento de 2002, quase toda a cidade vizinha de Goma foi destruída, deixando 200 mil pessoas desabrigadas.
Monte Fuji (Japão)
Um marco cultural importante, a maioria não percebe que o Monte Fuji não só é um vulcão, mas também uma ameaça significativa de erupção. Isto é provavelmente porque o símbolo mais conhecido do Japão não entra em erupção há cerca de 300 anos. Períodos sem erupções de centenas de anos são comuns pra este vulcão, o que significa que é algo grande está pra acontecer. E existem algumas dicas: depois do terremoto de magnitude 6,3 de Tohoku em 2011, a pressão na câmara de lava do monte aumentou. Com toda a atividade de terremoto do Japão – cerca de mil por ano – um grande o suficiente pode fazer Fuji explodir de vez. E isso seria um desastre pros 13 milhões de cidadãos nas proximidades de Tóquio.
Mauna Loa (Estados Unidos)
A maioria das pessoas sabe que as ilhas havaianas são formadas por vulcões. Mas essa maioria provavelmente não está ciente de que um desses vulcões é o maior do mundo: Mauna Loa, que ocupa o espaço de um estado. Enquanto a maioria da lava que sai dele se move tão rápida quanto uma pessoa caminha, ele tem momentos em que isso aumenta o passo. Na década de 50, ele vomitou quase 400 milhões de metros cúbicos de lava – alguns dos quais atingiram o oceano à 24 quilômetros de distância em cerca de três horas. O fluxo continuou por 23 dias, o que não é seu recorde – uma erupção anterior durou de 1872 à 1877. Embora sem grandes erupções desde 1984, Mauna Loa começou a dar avisos em 2002, ou seja, é provável que seja apenas uma questão de tempo antes que ele decida se espreguiçar novamente.
Popocatepetl (México)
O México só teve 15 grandes erupções desde que os espanhóis chegaram e deixaram sua marca no país. No entanto, Popocatepetl – localizado a cerca de 70 quilômetros ao sul da Cidade do México e dos seus quase nove milhões de cidadãos – é um barril de pólvora gigantesco. Popocatepetl deu sinal de vida 11 vezes entre 1994 e 2016, dando um show e uma boa razão pra Cidade do México mudar suas roupas íntimas. Sua última grande erupção ocorreu em 2000, quando 40 mil pessoas tiveram que ser evacuadas. Recentemente, em Março de 2016, o grandalhão enviou uma coluna de fumaça de 2 quilômetros pro céu. Felizmente, o governo mexicano estabeleceu um anel de segurança de 12 quilômetros em torno do Popocatepetl. Mas se as erupções anteriores são qualquer tipo de indicadores, esta barreira pode não ser grande o suficiente pra tudo o que vai acontecer no futuro.