Humanos sempre procuraram desvendar os mistérios do futuro. Desde o início dos tempos, buscam sinais do mundo à nossa volta que podem nos dizer coisas a nosso favor ou nos ajudar a evitar problemas. Aqui estão 10 dos mais estranhos métodos usados para adivinhação em toda a história.
Augúrio
Os antigos romanos amavam os pássaros. As pessoas tinham grande interesse em estudar as espécies e seus padrões de voo, pois acreditavam que assim poderia adivinhar seus futuros. As galinhas, particularmente, eram utilizadas para prever os resultados das batalhas. Sacerdotes espalhavam grãos na frente, e o entusiasmo com que elas comiam era correspondem ao grau de sucesso que as forças romanas iriam ter naquela batalha. Parece bizarro, mas funcionou muito bem. Teve até um caso famoso.
Durante a primeira Guerra Púnica contra Cartago, o cônsul romano Publius Claudius Pulcher, estava no comando da marinha romana. Ele consultou as galinhas sobre o que ele pensou que seria um dia perfeito para atacar a frota cartaginesa. Mas as galinhas não se mostraram empolgadas com seu plano de batalha e se recusaram a comer qualquer coisa. Pulcher jogou as galinhas no mar, dizendo: “Se elas não comem, deixem-nas beber!”. Ordenou que seus navios fossem para a batalha e sofreu uma derrota esmagadora. Pulcher foi chamado a Roma e julgado — não por perder a batalha, mas por matar as galinhas sagradas. Ele foi condenado ao exílio e morreu logo depois.
Osteomancia
Os ossos estão entre as ferramentas mais utilizadas para adivinhação. A nação Zulu, da África, previa o futuro a partir dos padrões dos ossos. Na China as perguntas eram esculpidas nos ossos e, posteriormente, se colocava eles no fogo até que partissem. O tamanho da fenda era o que dava a resposta para o vidente. Os primeiros habitantes da Escócia usaram uma versão do osteomancia chamado slinneanachd, em que o osso do ombro de um animal cozido era consultado. Mas para esse método dar certo, o osso nunca deveria ser tocado, por isso, quando iam comer, eles deveriam pegar a carne que ficava longe do osso.
Alfitomancia
Adivinhação muito antiga por meio do pão de cevada. Quando nossos antepassados queriam conhecer o culpado, entre vários acusados, faziam cada um comer um tosco pedaço de pão de cevada. Quem o digerisse facilmente era inocente, mas o culpado era descoberto porque não conseguia engolir. Este procedimento empregava-se também nos chamados juízos de Deus, de onde vem este ditado popular- “Que eu me engasgue com este pedaço de pão se estou mentindo!”.
Gastromancia
Adivinhação por meio do estômago. Na Idade Média, alguns feiticeiros conheceram a arte de evocar os demônios e fazê-los penetrar em seu estômago, de onde respondiam às perguntas formuladas, sem que o possuído movesse os lábios. Basicamente a adivinhação era feita com base nos sons emitidos pela barriga. Mais tarde, estudiosos chegaram a acreditar que os videntes que utilizavam esse método foram os precursores dos bonecos de ventríloquos.
Crimomancia
É a adivinhação com base em uma pérola. Um método comum era colocar uma pérola em uma panela de ferro quente, que teria acabado de sair do fogo. Então o vidente lia em voz alta uma lista de nomes de pessoas suspeitadas de roubo. A pessoa cujo nome estava sendo lido quando o Pérola começava a se mover, era a culpada. Outra versão afirma que a pérola aquecida só iria começar a se mover quando uma pessoa culpada estivesse por perto.
Antropomancia
É uma maneira antiga e afortunadamente desaparecida, que consiste em predizer o futuro com base em sacrifícios humanos, utilizados para acalmar os deuses e espíritos malignos, tal como livrar-se de algum indivíduo inconveniente. O coração do sacrificado deve ser criteriosamente interpretado para decifrar o futuro. Durante o sacrifício tudo era analisado, desde os gritos, enquanto a vítima estava ainda viva, até as condições de suas entranhas e, principalmente, o coração.
Miomancia
Os ratos, aparentemente, sempre tiveram alguma ligação com o futuro das pessoas. Os povos rotulados brâmanes já adivinhavam o futuro observando os buracos que estes roedores forjavam nas vestimentas de seus consultores. Na Idade Média, as ratazanas e os ratos serviam como fornecedores de inúmeros indícios; era sinal de boa sorte encontrar dois roedores em uma só armadilha, e outorgavam a morte do proprietário quando se lançavam ratazanas ou ratos para o exterior de sua propriedade.
Datilomancia
A imagem estereotipada de uma cartomante coberta de mantas brilhantes e toneladas de joias pode fazer sentido se ela for praticante da Datilomancia. Existem muitas versões sobre como é feita a adivinhação por esse método. Uma forma popular vem da Idade Média, na Europa, onde era necessário um conjunto de sete anéis.
Cada um era feito de um material diferente que correspondia a um dia diferente da semana. Não fica claro como esses anéis eram usados, mas o que sabe é que o anel, que deveria ser utilizado naquele dia, era rolado em cima de uma tabela que continha as letras do alfabeto. As letras tocadas pelo anel eram vistas como parte de uma mensagem, que era interpretada pelo vidente. Atualmente a técnica é feita diferente. Segura-se o anel com uma corda e as respostas são obtidas conforme a direção que o anel vai.
Molibdomancia
É a arte da adivinhação baseada nos ruídos e silvada emitidos pelo chumbo durante seu processo de fundição. Também se utilizava chumbo fundido ou cera, para derramar sobre a água e, após, interpretar o formato das gotas recentemente solidificadas.
Esta prática ainda é uma tradição de Ano Novo na Finlândia, onde cada membro da família recebe um pequeno pedaço de estanho, na forma de uma ferradura, para derreter. As peças derretidas e resfriadas são colocadas sobre a chama de vela, e as sombras que eles lançam sugerem coisas que acontecerão com seus donos no ano a se iniciar.
Escatomancia
A escatomancia, ou adivinhação através das fezes, é um método bastante antigo e há várias maneiras de se fazer. A mais conhecida foi desenvolvida no Egito antigo, onde o movimento de escaravelhos (uma espécie de besouro) era analisado, enquanto eles estavam envoltos em esterco.
Outra modalidade antiga relatada dizia que patos eram colocados em uma área fechada, onde comiam e defecavam enquanto o vidente “lia” os dejetos. Outros liam o significado das fezes das próprias pessoas, tentando adivinhar algo através da análise da forma, textura e até cheiro de excremento.
