Paciente tem atividade cerebral 10 minutos após ser declarado morto

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Vez ou outra, a medicina se depara com casos que parecem ser inexplicáveis, o que mostra que ainda temos muito a descobrir sobre a natureza do corpo humano. A descoberta mais recente aconteceu no Canadá: um paciente em estado terminal apresentou atividade cerebral persistente, mesmo após ser declarado clinicamente morto.

Durante 10 minutos e 38 segundos, os médicos notaram que a atividade cerebral do paciente continuava, na forma de onda cerebrais do sono. Tudo isso mesmo após a morte clínica do indivíduo, que não tinha mais pulso e nem pupilas responsivas.

“No paciente, ondas delta (nome dado as ondas cerebrais que aparecem durante sono) persistiram depois do ritmo cardíaco e pressão sanguínea terem se encerrado”, disseram os médicos da University of Western Ontario.

Morte “personalizada”

Este caso inexplicável, na realidade, é apenas um dos que foram observados no mesmo hospital. Outros três pacientes em estado terminal também tiveram seus aparelhos desligados, e suas ondas cerebrais eram diferentes entre si, antes e depois do óbito.

“Havia uma diferença significativa na amplitude da eletroencefalografia entre 30 minutos antes e 5 minutos depois da pressão sanguínea se cessar neste grupo”, disseram os médicos. Ou seja, a morte pode ser uma experiência “única” para cada indivíduo.

O gráifco abaixo mostra a atividade cerebral de cada um dos quatro pacientes. O zero é o momento da morte. O gráfico quatro é o do caso citado acima. Nele, é possível ver que ainda existia atividade mesmo após o óbito. Já nos demais, ela cessou, como pode ser observado nos dois gráficos a seguir:

atividade-cerebral

Morte em etapas

Um estudo feito em 2013, com roedores, pode ajudar a explicar este caso. Ele afirma que a morte pode ser dividida em quatro etapas. A primeira é a parada cardíaca, que dura aproximadamente quatro segundos. Na segunda, ocorre uma explosão de ondas delta no cérebro, e tem duração de 6 segundos.

A terceira começa a registrar o encerramento das atividades cerebrais por conta das ondas delta, e tem duração de 20 segundos. Por fim, a quarta etapa é a morte em definitivo.

Apesar disso, os cientistas garantem que ainda é muito cedo para afirmar o que isso significa para a experiência pós-morte, e que mais estudos precisam ser feitos.

Texto por Augusto Ikeda
Edição por Igor Miranda

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