Que o uso de drogas mexe com o organismo dos seres humanos, todo mundo já sabe. Um recente caso assustador, em Londres, na Inglaterra, mostrou que a cocaína pode ser perigosíssima para os animais.
Quem relatou o caso foi o jornal inglês The Independent. De acordo com a publicação, supostamente Major, um cachorro da raça Bull Terrier Staffordshire teria ingerido cocaína, o que o fez enlouquecer e atacar o próprio dono – levando-o à morte.
E a história só piora! Tudo isso aconteceu enquanto o homem participava das gravações para um documentário sobre o uso de drogas para a BBC.
A reportagem informa que a vítima, Mario Perivoitos, era um ator de 41 anos que trabalhou no recente sucesso de terror “It – A Coisa”. Segundo os relatórios, Perivoitos teve lesões graves em seu rosto e pescoço, hemorragia extensa e esmagamento da laringe.
A equipe de filmagem do documentário “Drugs Map Britain” que estava na casa de Mario, tentou salvar o homem lutando contra o cachorro, mas acabaram acuados. Eles ficaram presos no apartamento por cerca de 30 minutos, quando chamaram a polícia e uma ambulância.
Na noite do incidente, contaram que Mario havia consumido cocaína e se sentido indisposto, até que sofreu um ataque epiléptico. Acredita-se que Major sentiu-se provocado ao ver o dono sofrendo o ataque.
Exames toxicológicos comprovaram que o animal estava evidentemente drogado e também levanta-se a hipótese de isso ter influenciado em seu comportamento agressivo. De acordo com Nicholas Carmichael, especialista em toxicologia veterinária, “o cachorro possuía oito vezes mais que o limite de drogas”. Carmichael encontrou traços de cocaína e morfina na urina de Major.
Levantando polêmica, a polícia anunciou que o cachorro seria sacrificado pelo “crime”. Entretanto, não foi divulgado o que, de fato, tenha acontecido ao cão.
Cocaína
Sintetizada em 1859, a cocaína tem como origem a planta Erythroxylon coca, um arbusto nativo da Bolívia e do Peru, em cuja composição química se encontram os alcaloides Cocaína, Anamil e Truxillina.
As propriedades primárias da droga bloqueiam a condução de impulsos nas fibras nervosas, quando aplicada externamente, produzindo uma sensação de amortecimento e enregelamento. A droga também é vaso constritora, isto é, contrai os vasos sanguíneos inibindo hemorragias, além de funcionar como anestésico local, sendo este um dos seus usos na medicina.
A cocaína causa uma euforia intensa e rápida, seguida imediatamente pelo oposto — depressão intensa, pressão alta e fissura por mais droga. As pessoas que a usam não comem nem dormem adequadamente. Elas podem experimentar taquicardia, espasmos musculares e convulsões. A droga pode fazer com que as pessoas se sintam paranoicas, furiosas, hostis e ansiosas — mesmo quando não estão sob seu efeito.
Ingerida ou aspirada, é uma droga estimulante que afeta o sistema nervoso central e pode aumentar a pressão sanguínea, as batidas do coração e modificar a temperatura corporal. Um estudo, conduzido em 2012, mostrou que pessoas que utilizam cocaína pelo menos uma vez por mês tinham pressão alta, artérias rígidas e paredes musculares do coração mais grossas do que aquelas que não faziam uso da droga.
Um outro estudo, de 2013, afirma que a droga acelera os neurônios e também desliga os freios desse processo. Na pesquisa, feita com ratos, pesquisadores suíços mostram que, além de excitar os neurônios, a cocaína prejudica a liberação de substâncias que inibem a atividade mental.
Não existem estudos que versem sobre a ação da droga no organismo de animais de médio porte, como os cães.