Facebook, Twitter e Google depõem sobre influência em eleições dos EUA

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Gigantes do setor de tecnologia planejam dizer no Congresso dos Estados Unidos que encontraram provas de atividade russa nos seus serviços durante as eleições de 2016. Facebook, Twitter e Google vão testemunhar em três audiências entre terça (31) e quarta-feira (1°).

O Facebook, por exemplo, afirma que um grupo russo postou mais de 80 mil vezes na rede social e alcançou 126 milhões de usuários. A empresa planeja abrir esses números ao Comitê Judiciário do Senado, segundo uma pessoa que teve acesso ao depoimento.

O Twitter irá dizer ao mesmo comitê que descobriu e fechou 2.752 contas ligadas ao mesmo grupo, a Agência de Pesquisa da Internet na Rússia, conhecida por promover posicionamentos pró-governo. O número é quase 14 vezes maior que a quantidade de contas que a empresa entregou aos comitês do Congresso há três semanas.

Já o Google anunciou ter encontrado provas de uso “limitado” dos seus serviços pelo grupo russo, além de alguns canais no YouTube que tinham apoio de agentes russos.

Conspiração

As autoridades americanas investigam se houve influência da Rússia nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, que consagraram Donald Trump ao cargo. Ex-coordenador da campanha de Donald Trump, Paul Manafort foi denunciado perante a Justiça Federal e acabou se entregando ao FBI.

Manafort é acusado de conspiração contra os Estados Unidos, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e financeira, omissão de seu trabalho como agente de governo estrangeiro e declarações falsas a autoridades americanas.

O caso das eleições dos EUA

As acusações se concentram nos contratos que ambos tinham para assessorar o ex-presidente da Ucrânia Victor Yanukovych, aliado de Moscou derrubado em uma rebelião popular em 2014. Mueller sustenta que Manafort abriu uma série de empresas de fachada nos EUA, Ciprus, Granadines e Grã-Bretanha para receber pagamentos de milhões de dólares não declarados ao Fisco americano.

Os recursos depositados nessas entidades eram enviados por transferência bancária aos Estados Unidos sob o pretexto de pagamento para bens, serviços e imóveis. “Eles não declararam essas transferências como renda”, destaca Mueller. Segundo a denúncia, o esquema vigorou de 2008 a 2017, o que abrange o período em que Manafort trabalhou com Trump.

O consultor político entrou na campanha em março do ano passado, com a missão de organizar a convenção do Partido Republicano que consagrou a candidatura de Trump. Em junho, ele foi promovido a coordenador da campanha.

Sua permanência no time republicano se tornou insustentável em agosto, com a revelação de detalhes dos serviços que ele prestou a Yanukovych, pelos quais recebeu ao menos US$ 12 milhões. Na época, já havia a suspeita de que a Rússia atuava para beneficiar Trump e minar a candidatura de sua adversária, a democrata Hillary Clinton. Durante a convenção republicana, em julho de 2016, seu grupo atuou para modificar a plataforma do partido e excluir declarações de apoio ao atual governo da Ucrânia, que se opõe a Moscou.

“Manafort e Gates geraram denezas de milhões de dólares em renda como resultado de seu trabalho na Ucrânia. Para esconder os pagamentos da Ucrânia das autoridades dos Estados Unidos, de aproximadamente 2006 e até pelo menos durante 2016, Manafort e Gates lavaram dinheiro por meio de inúmeras corporações nos Estados Unidos e no exterior, associações e contas bancárias”, diz a acusação.

A legislação americana exige que lobbistas declarem ao Departamento de Justiça todos os trabalhos que realizam em nome de governos e entidades estrangeiros.

Em uma decisão que contrariou Trump, Mueller foi noemado pelo Departamento de Justiça como investigador especial para o caso em maio, pouco depois de o presidente demitir o então diretor do FBI, James Comey.

Trump nega que tenha havia qualquer conspiração entre sua campanha e a Rússia para influenciar as eleições e atribuiu as acusações a uma tentativa dos democratas de justificar a derrota de Hillary.



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