O juiz argentino Claudio Bonadio pediu a prisão preventiva e o fim do foro privilegiado para a ex-presidente do país, Cristina Kirchner, sob a acusação de “traição à pátria” e “acobertamento grave” de suspeitos de terrorismo vinculados ao atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). As informações são do jornal Clarín. O ataque que aconteceu em 1994 deixou 85 mortos.
Como Kirchner agora é senadora, o juiz pediu pelo fim de seu foro privilegiado. O documento da acusação aponta que ela “montou um crime orquestrado” junto ao ex-chanceler argentino, Héctor Timerman, que teria sido designado para “dar impunidade” aos cidadãos iranianos que tinham pedido de prisão internacional pela Interpol, acusados de serem responsáveis pelo ataque terrorista a AMIA. O caso agora será analisado pelo Senado, apontou o jornal.
Em 2015, o promotor de Justiça Alberto Nísman denunciou que a ex-presidente montou um esquema para acobertar os suspeitos pelo atentado, com o objetivo de melhorar as relações comerciais do país com o Irã. Nísman apareceu morto dias depois.
O bombardeio da AMIA ocorreu em Buenos Aires, em 18 de julho de 1994, matando 85 pessoas e ferindo outras centenas. Foi o atentado mais mortal da Argentina. O país é o lar de uma comunidade judaica de 230 mil pessoas, a maior da América Latina e sexta do mundo fora de Israel.