Um estudo publicado na revista Intelligence mostrou que a sapiosexualidade, ou seja, a atração sexual por pessoas com grande inteligência, não é apenas um mito, mas uma realidade que abrange uma parcela considerável da população.
A pesquisa foi conduzida pelo professor Gilles Gignac, da Universidade da Austrália Ocidental (UWA). Ele explica o que o motivou a realizar o estudo. “A palavra sapiosexual já tinha sido usada na cultura popular, mas ainda não havia sido investigada cientificamente. Consequentemente, eu me perguntei se a sapiosexualidade poderia ser medida com uma escala psicométrica convencional e quantos autodescritos sapiosexuais podem existir na população”, disse.
Os testes foram feitos com 383 voluntários que responderam a uma pesquisa sobre inteligência de outras pessoas e características que achavam interessantes em um possível parceiro. As perguntas falavam sobre conversas intelectuais e o quanto as pessoas consideravam isso importante em um relacionamento.
Gignac explica os resultados da pesquisa e aponta para o fato de que a inteligência em um possível parceiro pode ser um atrativo até mesmo para quem não é tão inteligente. “Descobrimos que a sapiosexualidade pode ser medida psicométricamente e que entre 1% e 8% de pessoas relativamente jovens (18 a 35) podem ser sapiosexuais. No entanto, de forma interessante, o quão inteligente uma pessoa é (inteligência esta medida com uma teste de QI real) não parece prever o grau em que as pessoas se identificam como sapiosexuais”, relatou o professor.
Inteligência tem limite
Os resultados das pesquisas, por outro lado, mostraram que as pessoas extremamente inteligentes, com um QI maior do que 99% da população, são considerados um pouco menos atraentes. O resultado ideal, segundo os dados da pesquisa, seriam pessoas cerca de 90% mais inteligentes do que o normal.
O professor Gignac diz que qualquer característica atrativa em exagero, tende a ser menos atrativa. “Ainda precisa ser determinado se a inteligência é a única característica desejável do companheiro que atinge o percentual de mais do que 90% da população. Talvez todos os tipos de características desejáveis (boa aparência, gentileza, facilidade, etc.) mostrem uma queda na desejabilidade em níveis muito elevados (isto é, nos percentuais entre 90 a 99)”, explicou.
A equipe responsável também lembra que o estudo não incluiu pessoas com QI abaixo da média geral, o que pode ter impacto nos resultados finais.