Uma mulher americana acabou simplesmente acordando um dia falando com sotaque britânico, mesmo nunca tendo estado na Inglaterra. Trata-se de um caso raro de Síndrome do Sotaque Estrangeiro (FAS, na sigla em inglês).
Michelle Myers tem 45 anos e vive no Arizona. Na noite anterior, ela foi dormir com uma incômoda dor de cabeça, mas nada além disso. Quando ela acordou, falava como uma autêntica britânica.
A síndrome ocorre geralmente após lesões no cérebro que afetem a área relacionada a fala, como derrames ou lesões físicas. É possível que a dor de cabeça sentida por Myers tenha causado o sintoma.
Ela afirma que essa não é a primeira vez que acorda falando com um sotaque diferente. Em duas outras ocasiões, passou a falar como se fosse irlandesa e depois australiana. Porém, os sintomas não duraram mais do que duas semanas, enquanto o último episódio já dura 2 anos.
Existem centenas de casos documentados de FAS, com as mais variadas mudanças de sotaque, desde idiomas próximos, como o inglês americano e britânico, ou do japonês para o coreano, até mudanças mais drásticas como do espanhol para o húngaro.
No caso de Myers, ainda não se sabe com exatidão o que desencadeou a mudança de sotaque. Além dos traumas cerebrais, algumas condições psiquiátricas, como a esquizofrenia, podem levar a esse efeito. No entanto, a fala geralmente volta ao normal ao fim da crise psicótica.
A norueguesa com sotaque alemão
O primeiro caso documentado da síndrome ocorreu em 1941, com uma mulher norueguesa chamada Astrid. Durante a Segunda Guerra Mundial, sua cidade foi atacada por exércitos aliados, que buscavam expulsar os alemães que dominavam a Noruega.
Astrid foi atingida por um estilhaço de munição na cabeça e quando acordou, falava com o sotaque dos alemães. Em época de total reprovação ao regime nazista e aos horrores causados pela guerra, ela acabou sofrendo preconceito em sua própria terra, por ser frequentemente confundida com um inimigo.
