Estar no espaço causa uma série de efeitos no corpo humano, sendo que a maioria deles não é lá muito agradável. Uma das coisas mais complicadas, sem dúvida, é arrotar no espaço, algo que os astronautas recomendam fortemente que ninguém faça. O conselho tem relação com a ausência de gravidade, que faz com que as coisas fiquem flutuando, inclusive dentro do seu estômago.
O astronauta canadense Chris Hadfield, comandante da Estação Espacial Internacional (ISS), foi questionado sobre o assunto no Twitter e explicou como se dá o processo de arrotar no espaço, que é muito mais complicado do que fazer a mesma coisa na Terra. “Você não pode arrotar no espaço porque o ar, a comida e os líquidos no seu estômago estão flutuando todos juntos, como grandes bolhas”, explicou.
A ausência de gravidade faz com que os gases do estômago não subam como acontece normalmente. Estando misturado com os líquidos e comida, o que acontece quando se arrota no espaço é que os gases acabam trazendo outros elementos junto, resultando em um misto de arroto com vômito, em uma experiência extremamente desagradável.
Entre as coisas que podem vir junto com o arroto, estão os ácidos do estômago, que podem causar até mesmo queimaduras no esôfago e garganta, no que é conhecido como refluxo gástrico. A situação pode ser ainda mais incômoda caso o astronauta esteja fora da nave ou estação e o arroto turbinado venha dentro do traje espacial.
Saída pelo outro lado?
O que fazer então em relação aos gases que não podem ser expelidos normalmente “por cima”? Se arrotar no espaço é uma péssima ideia, soltar flatulências também pode ser complicado, já que os espaços nos módulos espaciais são bem apertados e a circulação de ar, embora exista, não é das melhores, logo, uma sala pode ficar intransitável devido ao mau cheiro com muita facilidade.
A solução, ao menos por enquanto, é tentar produzir a menor quantidade possível de gases durante a digestão. Dietas especiais para os astronautas têm sido desenvolvidas pensando nisso e alimentos como feijões e repolho, famosos por serem verdadeiras “bombas-relógio”, não fazem parte da alimentação cotidiana na ISS.