A primeira foto tirada de um buraco negro é um marco no desenvolvimento científico e é sempre bom lembrar que existem pessoas por trás disso. Katie Bouman é uma das principais. Ela foi a responsável por desenvolver o algoritmo que possibilitou que a imagem fosse feita e sua trajetória é uma inspiração para as mulheres que pretendem seguir a dura e por vezes ingrata carreira científica.
Bouman é uma pesquisadora de 29 anos, ela trabalha no Instituto de Tecnologia na Califórnia e há anos trabalha com geração de imagens através de dados. Foi essa área de sua pesquisa que possibilitou a criação do algoritmo que nos deu a foto do buraco negro. O programa, cujo desenvolvimento foi comandado por ela, reuniu dados de diversos telescópios localizados ao redor do mundo e processou a imagem.
Veja a foto:
O algoritmo de Bouman transformou os telescópios em uma só grande lente do tamanho da Terra ao cruzar os dados. A partir daí a imagem começou a ser processada e a cientista viralizou na internet por causa de outras duas fotos, além da imagem do buraco negro. Na primeira, ela aparece com uma expressão incrédula enquanto a foto do buraco negro é processada, enquanto na segunda, ela aparece ao lado de dezenas de discos rígidos onde os dados de todos os telescópios usados estão armazenados.
Confira as imagens:
Sexismo e mulheres na ciência
O trabalho de Katie Bouman a coloca ao lado de outras grandes cientistas do passado. Ela tem sido frequentemente comparada a Margaret Hamilton, que escreveu o código de programação que permitiu que a missão Apollo 11, da Nasa, levasse os primeiros seres humanos até a Lua.
No entanto, o meio científico continua sendo muito preconceituoso com as mulheres. Na equipe de Bouman, que era composta por 200 pesquisadores, apenas 40 eram mulheres, e esse é um número razoavelmente alto em comparação com outros projetos.
Em tempos como esse, não é surpreendente o fato de que ela vem sendo alvo de comentários preconceituosos na internet sobre seu trabalho com a foto do buraco negro.