Em tempos de dualidade na política, um movimento que surgiu e foi extinto ainda nos anos 30 pode estar prestes a retornar: trata-se do Integralismo.
Seus membros, conhecidos como “camisas verdes”, devido ao uniforme usado, tinham inspiração do fascismo italiano de Mussolini e eram conservadores radicais. Foram extintos pelo governo de Getúlio Vargas.
Em 1932, surge a Ação Integralista Brasileira. O movimento é criado pelo jornalista e escritor Plínio Salgado, que seria o grande líder do Integralismo em seus poucos anos de existência. O lema principal era “Deus, Pátria e Família”, ressaltando o caráter conservador. Seu símbolo era a letra grega Sigma.
Outro elemento clássico pelo qual o Integralismo é lembrado, e também o que mais rende comparações ao nazifascismo, é a saudação que seus membros usavam entre si.
O grito, com a mão aberta erguida, a maneira da chamada “saudação romana”, que ficou famosa com Adolf Hitler, era de “Anauê!”, expressão na língua indígena Tupi que pode ser traduzida aproximadamente como “você é meu irmão”.
Os integralistas, em seus primeiros anos, tiveram o apoio do governo Vargas, especialmente devido ao caráter anticomunista do movimento. No entanto, terminaram por serem duramente reprimidos pelas forças policiais e o movimento deixou de existir em 1937.
Plínio Salgado e outros grandes nomes do Integralismo permaneceram na política, com o líder do movimento tendo sido eleito deputado pela Arena durante a Ditadura Militar.
O retorno
Os valores do Integralismo encontraram refúgio na ala mais conservadora da política brasileira ao longo dos anos, em partidos como o também extinto Prona, comandado por Enéas Carneiro.
Segundo os integralistas atuais, Enéas chegou a flertar com a ideia de transformar o Prona em Partido Integralista, mas a ideia acabou não indo para frente.
Em 2005, o Integralismo renasce através da Frente Integralista Brasileira (FIB), fundada por jovens, com o apoio dos veteranos do movimento.
Com o crescimento do conservadorismo no Brasil nos últimos anos, o grupo, de números modestos, vem ganhando força e repercussão, com direito ao retorno de manifestações públicas e o uso do uniforme clássico, a camisa verde com calças pretas, bem como de outros símbolos, como a letra Sigma e o grito de “Anauê!”.