Enquanto a crise do coronavírus se espalha pelo mundo, o Japão parece estar vivendo em uma realidade paralela. Como eles conseguem não ter preocupações?
Além de estar próximo da China, epicentro da pandemia, o Japão também possui a maior população idosa do mundo, além de grande densidade demográfica, o que poderia complicar muito a situação, mas isso não acontece.
Até o momento desta publicação, as ilhas japonesas apresentam menos de 1200 casos de coronavírus e 42 mortes.
Não há nenhum tipo de quarentena ou reclusão, fazendo com que eventos normais, como o nascimento das primeiras flores de cerejeiras, que atraem a população para as ruas e parques do país, continuem acontecendo normalmente.
Tudo isso pode parecer resultado de medidas extremas no início do contágio, mas não foi isso que aconteceu.
O Japão foi um dos países que menos testou pacientes sintomáticos, o que certamente impactou nos números reais da pandemia, mas mesmo assim, tudo correu razoavelmente normal. As medidas básicas duraram apenas 3 semanas.
O segredo, segundo profissionais da saúde, está na eficácia dessas medidas e na forma como foram aplicadas. Por exemplo, quando um caso foi detectado em uma escola, todas as escolas da mesma ilha foram fechadas.
Além disso, os hábitos dos japoneses acabaram os auxiliando. Não é da cultura local dar beijos ou apertar as mãos ao cumprimentar e isso certamente ajudou a diminuir o contágio.
A importância das máscaras
Outro hábito japonês que acaba sendo meio contrário ao que é divulgado no ocidente é o uso de máscaras. A população já é habituada a usá-las mesmo quando não há pandemia.
Basta que alguém tenha algum sintoma de gripe, ou resfriado, e a pessoa vai começar a usar máscara ao sair na rua, para não contaminar outras pessoas.
Com a chegada do coronavírus, o uso da máscara se intensificou, o que causou a falta do item no mercado interno. A população foi então orientada a improvisar máscaras com panos e até filtros de café.
A ideia é que com praticamente todo mundo usando máscara, menos vírus são espalhados no ar, o que reduz o contágio drasticamente, em um esforço conjunto voluntário.