Em tempos de pandemia, sistemas de saúde pública sólidos são uma das coisas mais preciosas que um país pode ter. É o caso do National Health Service, ou NHS, do Reino Unido.
Criado há mais de 70 anos, o programa fornece atendimento médico a todos os cidadãos do país com eficiência e serviu de modelo, pelo menos na teoria, para o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro.
O NHS (Serviço Nacional de Saúde, em tradução livre) surgiu em 1948, na situação do pós-guerra. Assim com boa parte da Europa, o Reino Unido tentava se recuperar dos estragos e aproveitou para colocar em prática uma ideia que já surgia no início do século XX, e que incrivelmente unia os parlamentares de direita e de esquerda no país.
Um parlamentar britânico trabalhista, Aneurin Beva, é considerado o patrono do NHS. Foi ele quem estabeleceu três princípios do sistema que são lembrados até os dias atuais.
Antes de tudo, o NHS deveria atender as necessidades de todos os cidadãos, deveria ser totalmente gratuito para os pacientes, e o acesso ao tratamento médico seria baseado na necessidade de cada um.
O resultado desses princípios colocados em prática gerou um sistema dinâmico e eficaz, que abrange todo o país – ou seja, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte – e acabou se tornando até mesmo uma potência econômica nacional.
O NHS é o quinto maior empregador do mundo, perdendo apenas para empresas como McDonald’s e Walmart.
NHS e o SUS
O SUS pode ser considerado uma versão brasileira do NHS, tendo sido diretamente inspirado pelo sistema britânico. Ele foi criado em 1988, junto com a Constituição que vigora até os dias de hoje.
A ideia é basicamente a mesma: um sistema de saúde universal, quase totalmente bancado pelo estado através de impostos, que atenda a todas as necessidades da população.
Se existe a impressão de que o SUS não funciona tão bem em termos de atendimento real à população, o sistema brasileiro não fica para trás do britânico em relação à infraestrutura, muitas vezes superando o NHS em alguns itens, muito devido ao tamanho do Brasil, o que gera uma demanda maior de hospitais, equipamentos e insumos.