A febre causada pelo vírus do Nilo Ocidental foi detectada pela primeira vez em Minas Gerais, no entanto, mostras de cavalos doentes analisadas entre 2018 e 2020 confirmam a presença também no Piauí e em São Paulo.
Segundo pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, o cavalo atua como uma sentinela para a doença.
“Esclarecer os casos suspeitos é importante para detectar a presença do vírus na região e prevenir a transmissão para os rebanhos de equinos e pessoas”, afirma o coordenador Luiz Alcantara.
As primeiras evidências do vírus no Brasil foram encontradas em 2009, após analises de cavalos da região do Pantanal.
Segundo a pesquisadora do Laboratório de Flavivírus do IOC, Marta Giovanetti, é necessário aumentar a vigilância no país.
“O Brasil apresenta condições climáticas ideias para a propagação dos mosquitos que transmitem o agravo.”
Vírus do Nilo Ocidental?
A doença do Nilo Ocidental é transmitida por meio de mosquitos do gênero Culex que picam as aves silvestres e acidentalmente podem infectar humanos e equinos.
Os sintomas variam de dor de cabeça, vômito, cansaço e febre, mas pode chegar a um quadro grave de meningite e encefalite, além de poder evoluir para risco de morte.
Entretanto, o Instituto aponta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que cerca de 80% dos infectados pelo vírus do Nilo Ocidental são assintomáticas e as formas graves da doença acometem um em cada 150 infectados.
Ainda de acordo com o Instituto Oswaldo Cruz, o vírus foi isolado em 1937, permanecendo restrito em países asiáticos, europeus e africanos, mas em 1999 chegou aos Estados Unidos causando um grande surto. Consequentemente, expandiu-se do Canadá à Venezuela.