O estado do Rio Grande do Norte confirmou nesta segunda-feira (7) o primeiro caso de mucormicose, conhecido também como fungo negro, em uma mulher de 42 anos.
Conforme a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) em nota oficial, a paciente já teve Covid-19 em março e estava internada no município de Natal para obter o diagnóstico. No momento, a mulher encontra-se em casa para tratar a infecção fúngica.
“A equipe de vigilância da Sesap está acompanhando o quadro, avaliando os exames, o histórico de movimentações da paciente e sua situação clínica atual”.
Em maio, a mesma infecção foi confirmada em um paciente falecido em Manaus, no Amazonas. A vítima era usuária de insulina e tinha histórico de diabetes tipo II.
Segundo o membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Simão, em entrevista ao Olhar Digital: “foi realmente uma surpresa que esse fungo esteja se espalhando dessa maneira na Índia”. O especialista completa afirmando que não acredita que o Brasil corra algum risco do tipo.
O que é o fungo negro?
A Mucormicose é uma doença rara causada pela exposição ao mofo mucoso – encontrado em plantas, esterco, frutas e vegetais em decomposição ou no solo. A contaminação pode ocorrer pelas vias respiratórias, atingindo os seios da face, nariz, faringe e o pulmão.
De acordo com o infectologista Daniel Wagner Santos, os sintomas podem aparecer como um quadro de rinossinusite, rinite ou sinusite. No entanto, nos casos graves pode progredir para a região ocular e para o cérebro.
“Inicialmente é interpretada como viral, obstrução nasal, coriza e aquilo finalmente não vai se resolvendo como dever se resolver de forma espontânea e vai progredindo, causando dor na região nasal e no rosto.”
Não costuma causar complicações, mas pacientes com quadros patógenos como diabetes, doentes onco-hematológicos ou que tiveram contato com o coronavírus podem favorecer o surgimento do fungo negro.
Nesses casos, muitos precisam passar por cirurgias de mutilação para a retirada das partes afetadas pelo micro-organismo.
O tratamento da doença acontece por meio de medicamentos antifúngicos e o diagnóstico precoce é fundamental para ajudar na recuperação da mucormicose, além de evitar as cirurgias mutilantes.