Após 30 anos de sigilo, gravações de áudio que relatam o episódio conhecido como ‘Noite oficial dos OVNIs’ foram recentemente liberadas pela Força Aérea Brasileira (FAB). Os registros também foram divulgados na noite deste domingo (22), pelo programa de TV “Fantástico”, da Rede Globo.
Na ‘Noite oficial dos OVNIs’, que ocorreu em 19 de maio de 1986, 21 objetos voadores não identificados (OVNIs) foram vistos sobrevoando o Brasil. Eles foram detectados pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo e perseguidos pela FAB. As gravações em áudio mostram conversas entre a Defesa Aérea Brasileira e as torres de São José dos Campos, São Paulo e Brasília, além de contatos entre pilotos e a Defesa Aérea.
Pela primeira vez até então, autoridades da aeronáutica brasileira admitiam ter visto OVNIs. Pilotos afirmam que chegaram a perseguir e até mesmo serem seguidos pelos objetos, na região do São José dos Campos, em São Paulo.
A perseguição começou por volta das 22h do dia 19 de maio de 1986, duas horas depois do primeiro registro de um OVNI. Cerca de cinco jatos decolaram progressivamente das bases aéreas de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e de Anápolis, em Goiás, com armamento de guerra. Eles estavam preparados para combater os objetos em questão. Um piloto perseguiu um dos objetos, mas não foi possível identificar o que era.
Diálogos
Boa parte das gravações mostra os diálogos entre a Defesa Aérea e as torres de São José dos Campos, São Paulo e Brasília. O controlador de voo Sergio Mota da Silva, que estava em São José dos Campos, afirma, inicialmente ter visto um “farolzinho” no céu, que estava supostamente parado. “Parecia um avião, mas quando coloquei no binóculo,
O primeiro piloto que foi aos céus para observar o OVNI relatou que se tratava de uma “estrela grande e vermelha”. “Próximo de São Paulo, esse objeto simplesmente desapareceu do radar”, disse Sergio Mota da Silva, durante a recente entrevista.
Depois disso, Sergio Mota da Silva afirmou, na antiga gravação, que estava vendo sete OVNIs. “Parecem estrelas, mas o radar não pega estrelas. O que é isso?”, questionou Silva, na gravação de 1986. Ele diz, ainda, que havia uma mudança frequente de cor e chama o ocorrido de “festival dos discos voadores”.
Com mais detalhes, o controlador de voo afirma, na antiga gravação: “Tem dois altos aqui no alinhamento da pista e mais uns dois ou três embaixo, voando baixo. Continuam se movimentando. Coisa linda, meu irmão”.
Tentativa de contato com os OVNIs
Na recente entrevista ao “Fantástico”, Sergio Mota da Silva disse que tentou fazer contato com os OVNIs a partir das luzes de balizamento da pista de pouso. “Eu aumentava o brilho e eles se afastavam. Se eu diminuía, eles se aproximavam. Pareciam responder de modo inteligente”, afirmou.
Um relatório feito pela FAB à época afirma que “os fenômenos são sólidos e refletem inteligência pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação”. Ou seja, os movimentos dos OVNIs pareciam premeditados.
OVNI ‘foge’ do ataque
Uma gravação do contato entre o piloto e a Defesa Aérea Brasileira também foi resgatada. O registro mostra que o capitão Arlindo de Souza Virato estava com armamento pronto para ser utilizado. No entanto, quando o OVNI entrou no radar da aeronave, a velocidade do objeto aumentou consideravelmente, em fuga.
Em entrevista concedida ao “Fantástico” em 1999, o capitão Arlindo de Souza Virato havia relatado que o OVNI fugiu em uma velocidade aproximada de 15.000 km/h – muito acima da capacidade máxima dos jatos atuais, que chegam a 4.000 km/h.
Os últimos objetos foram vistos por volta das 5h da manhã. O controlador de voo recebeu a recomendação de que, se fosse perguntado sobre o caso, não deveria repassar nenhuma informação.
As gravações estão disponíveis no site da Aeronáutica brasileira. A reportagem feita pelo Fantástico pode ser acessada neste link.