Quem sofre de diabetes, seja ela de qual tipo for, está acostumado a conviver com as agulhas para injeções e medições. Mas e se no futuro tudo isso pudesse ser substituído por um café? É exatamente nisso que uma equipe de cientistas da Suíça vem trabalhando, algo que certamente traria uma qualidade de vida sem igual aos pacientes.
Os cientistas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça trabalharam com biologia sintética e conseguiram desenvolver uma espécie de implante celular que induz o corpo a produzir mais insulina quando a presença de cafeína é detectada.
As células do implante são programadas para enviar comandos ao pâncreas, órgão que produz a insulina, responsável por quebrar a glicose e permitir que entrem nas células para ser processada. É o problema na produção de insulina e consequentemente, na absorção da glicose, que caracteriza o diabetes.
Os testes foram feitos em ratos de laboratório, com vários tipos de bebidas contendo cafeína, desde o clássico expresso até energéticos e chás. Os resultados variaram com a quantidade de cafeína presente em cada bebida. Dessa forma, se alguém precisa produzir muita insulina, basta consumir bastante cafeína.
No Brasil, onde milhões de pessoas sofrem de diabetes, o hábito do cafezinho poderia melhorar a qualidade de vida de forma bastante significativa. Só não vale usar açúcar para adoçar a bebida.
Longo caminho
Embora os primeiros resultados sejam muito promissores, os cientistas acreditam que deve levar cerca de 10 anos até que essa tecnologia esteja disponível para o grande público. Testes em humanos devem ser o próximo passo da pesquisa, que promete revolucionar o tratamento contra o diabetes.
Martin Fussenegger, líder da equipe responsável pelo estudo, está otimista e bem confiante no desenvolvimento do projeto. “Você poderia ter sua vida normal de volta. O implante pode durar de seis meses a um ano antes de precisar ser substituído”, afirmou.
