Fungo que cresce em Chernobyl pode virar escudo da ISS; entenda

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O que a Estação Espacial Internacional (ISS), um fungo e a antiga usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, têm em comum? Ao contrário do que pode parecer, muito.

Alguns tipos de fungos especiais começaram a se desenvolver no que um dia foi a usina, se alimentando da radioatividade que o reator principal ainda emite. Esses fungos podem ter grande utilidade para a ISS.

Um desses fungos, em específico, com o pomposo nome científico de Cladosporium sphaerospermum, tem chamado a atenção de cientistas.

Assim como outras espécies locais, ele é um fungo radiotrópico, ou seja, cresce com a radioatividade do ambiente, de forma parecida com o que as plantas fazem com a luz do Sol. Isso é não só impressionante, como também útil.

A chamada radiação gama, emitida por Chernobyl, é altamente prejudicial para a saúde humana. Na verdade, essa é uma questão importante desde o início da exploração espacial, já que, em órbita, os astronautas ficam muito expostos à radiação.

Possíveis colônias humanas na Lua ou em Marte também sofreriam com o mesmo problema, e é exatamente aí que entra o fungo.

A ideia inicial surgiu com dois estudantes americanos, ainda no ensino fundamental, que chegaram a enviar uma placa de Petri com os fungos para a ISS.

Em um primeiro momento, eles se mostraram bem eficientes em bloquear e absorver a radiação, mas aí surgiu um novo problema, muito comum em operações de escala espacial: a logística.

Colônias humanas e paredes mofadas

O grande problema para os pesquisadores no momento é como aplicar essa propriedade dos fungos de Chernobyl na prática, em missões.

Uma primeira ideia seria criar uma espécie de escudo de fungos para a ISS, ao mesmo tempo em que se vai analisando seu comportamento e outros detalhes.

Quando pensamos em uma colonização da Lua, ou de Marte, a coisa complica drasticamente. Uma alternativa seria forrar as paredes internamente com os fungos, que precisariam ainda ser “regados” com água, além de provavelmente atuarem como mofo nas construções.

No entanto, os colonos de Marte ainda ficariam bem protegidos da radiação.



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