Em 1984, um caminhão foi detectado nos Estados Unidos com níveis de radiação muito altos. A origem disso era o chamado ‘Chernobyl mexicano’, o maior desastre nuclear já registrado nas Américas e que foi anterior ao de Chernobyl, na Ucrânia.
A forma com que a radiação se espalhou no caso mexicano é ainda mais curiosa e provavelmente até mais perigosa, a longo prazo.
Embora não tenha sido uma explosão, como aconteceu com o reator nuclear soviético, o Chernobyl mexicano também expôs muita gente a radiação extrema.
A origem do problema foi em Ciudad Juarez, onde hastes de metal usadas para construção civil acabaram sendo contaminadas com cobalto-60, material altamente radioativo.
Essas hastes acabaram sendo comercializadas em 17 dos 32 estados que existem no México, chegando até aos Estados Unidos.
A origem foi um aparelho de raios-X armazenado e descartado indevidamente de um hospital de Ciudad Juarez. A fonte do aparelho, um cilindro que continua grânulos de cobalto-60 foi vendida em um ferro velho e perfurada, com grânulos se espalhando, literalmente, pela cidade inteira.
O objeto acabou sendo revendido a alguma fundição e o material radioativo foi parar na fabricação das hastes de metal.
Com todo esse caminho percorrido pela radiação, estima-se que no mínimo 4 mil pessoas tenham sido expostas, mas muitos estudiosos questionam esses números, trabalhando com quantidades muito maiores e, na opinião deles, mais realistas.
Chernobyl brasileiro
O Brasil também teve um desastre nuclear comparado a Chernobyl, embora seja muito mais parecido com o caso mexicano.
Dois catadores de sucata carregaram um equipamento de raio X repleto de césio-137 em Goiânia, abrindo o cilindro com o material e depois o venderam a um ferro velho.
O proprietário do ferro velho, por sua vez, notou que a substância dentro do cilindro tinha um brilho azul. Ele chamou várias pessoas da sua família e amigos para ver o material e muitas chegaram a passar na pele e até ingerir.
As mortes foram poucas, mas a contaminação foi muito alta, levando a demolição de casas e toda uma mobilização em Goiânia.