Existem palavras bem particulares em seus idiomas, como “saudade” em português. Em iídiche, é o caso de “chutzpah”, que denota o extremo da audácia, em um nível que é até difícil de conceber.
A cara de pau extrema denotada pela expressão é uma forma única de descrever esse tipo de atitude, que pode ser vir tanto para o bem como para o mal, só que sempre de forma absurda.
Ela vem do idioma iídiche, que é um derivado do alemão com grande influência do hebreu, do aramaico e um pouco de eslavo. A pronúncia correta, para um falante de português seria algo como “rutspá”, de forma semelhante ao hebraico, hutspá. No entanto, é no iídiche que ela ganhas seu significado mais famoso.
Chutzpah é uma expressão que denota o ápice da audácia, da “cara de pau”, da presunção e da arrogância. Segundo o escritor e humorista iídiche Leo Rosten, chutzpah define a qualidade de um homem que, tendo matado seu pai e sua mãe, pediria misericórdia ao juiz por ser órfão.
Rosten afirma que a palavra indica uma audácia tão grande que nenhuma outra palavra em nenhum outro idioma lhe faria justiça.
Com a imigração de muitos falantes de iídiche para os Estados Unidos, o chutzpah acabou sendo incorporado de certa forma ao inglês, mas com uma conotação mais positiva: ela passaria a significar uma audácia extrema, mas boa, como a qualidade de uma pessoa sagaz, ousada.
Intraduzível
Saudade e chutzpah não são as únicas palavras difíceis de traduzir e específicas de seus respectivos idiomas. O inglês, principalmente nos Estados Unidos, costuma adotar algumas dessas palavras em seu vocabulário, mesmo que em comunidades específicas de imigrantes.
Um exemplo disso é o alemão “schadenfreude”, que significa um prazer ou felicidade causada pelo fracasso alheio.
Outros casos incluem “sisu” em finlandês, que significa uma determinação frente aos problemas maior do que qualquer outra expressão pode definir, ou ainda o Tarab, palavra árabe que define um êxtase produzido ao ouvir música, bem específico.
