Cientistas fazem tijolos de fezes humanas, mais viáveis e sustentáveis

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Há quem use a expressão “c***r um tijojo” para se referir a algo difícil de fazer, mas isso pode estar se tornando quase literal. Cientistas desenvolveram tijolos feitos a partir de fezes humanas que podem ser uma alternativa sustentável tanto pra a construção civil como no aproveitamento dos dejetos de esgoto, que além de nem sempre serem tratados da forma correta, também representam um alto custo de manutenção nas grandes áreas urbanas.

Os tijolos foram desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne, na Austrália. Eles ressaltam a eficácia da produção dos tijolos em questões de redução da emissão de poluentes, através da adição do material fecal que eles chamam de biossólidos.

“A utilização de apenas 15% de biossólidos na produção de tijolos reduziria a liberação de carbono da manufatura de tijolos enquanto satisfaz todos os requisitos da engenharia e do meio ambiente para produção”, diz o artigo publicado pelos cientistas.

Além disso, os tijolos de fezes humanas precisam de menos calor para serem produzidos, o que colabora ainda mais com o meio ambiente. Eles também são mais porosos, o que os torna melhores no isolamento térmico em relação aos tijolos comuns, feitos de diferentes misturas de barro, argila e concreto.

Os cientistas continuam realizando testes com os biossólidos, tentando encontrar a quantidade ideal de material a ser usado nos tijolos, que segundo eles varia entre 10 e 25%, de acordo com a composição.

Construção sustentável

Os tijolos produzidos a partir de fezes humanas não são a primeira ideia a relacionar dejetos de esgoto, construção civil e sustentabilidade. Em 2015 a doutora Nayara Batista, da Universidade de São Paulo (USP) pesquisou o reaproveitamento do esgoto em três frentes principais, sendo eles os rejeitos, a areia e o óleo.

Os rejeitos foram secos e queimados na produção de energia, gerando uma economia considerável, enquanto a areia foi limpa e também seca, sendo reaproveitada na preparação de concreto. Não só os resultados mostraram uma grande economia financeira, como também foi comprovado o impacto positivo no meio ambiente, diminuindo a retirada de areia do leito de rios. O óleo foi reaproveitado na produção de biogás.



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