Quando se pensa em algo que “come cérebros”, logo imaginamos um zumbi, ou alguma fera saída dos piores pesadelos e filmes de terror. No entanto, a criatura que leva essa assustadora alcunha é uma simples espécie de ameba que vive em água doce e tem causado problemas nos Estados Unidos e Argentina, entre outros lugares.
A infecção por essa ameba, cujo complicado nome é meningoencefalite amebiana primária, é letal em 97% dos casos, embora seja bastante rara. Recentemente, mortes foram registradas nos Estados Unidos e Argentina, além de um caso na Espanha onde uma sortuda menina de 10 anos sobreviveu. As vítimas haviam nadado em piscinas e lagoas de água doce.
A Naegleria fowleri, nome científico da ameba, é comum em ambientes úmidos, sempre existindo próxima à água doce. A contaminação nos seres humanos acontece sempre via nasal, ou seja, com a entrada de água contaminada pelas narinas. A partir daí, o protozoário faz o curto caminho até o cérebro e afeta o tecido do órgão, daí o apelido “comedora de cérebros”.
A chegada do verão favorece a contaminação, já que a ameba costuma preferir águas mornas, como lagoas e piscinas aquecidas pelo sol. Torneiras de água quente também podem acabar sendo um espaço propício para o desenvolvimento delas, especialmente se a água não for bem tratada.
Raridade
Os casos de meningoencefalite amebiana primária são bastante raros em todo o mundo. No Brasil, existem 5 suspeitas ao longo das últimas décadas, mas nenhuma contaminação confirmada. “Houve 34 registros de infecções nos Estados Unidos nos 10 anos entre 2008 e 2017, apesar das milhões de exposições à água em atividades recreacionais a cada ano”, explica o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
Os sintomas da doença causada pela ameba são semelhantes aos da meningite comum. Eles incluem dores de cabeça, febre, náuseas, e possivelmente perda de equilíbrio, torcicolo e até mesmo convulsões.
