Em 2021, a internet foi movimentada pela notícia de uma veterinária pernambucana, Pryscila Andrade, de 31 anos, que foi vítima da “doença da urina preta”.
A irmã da profissional, Flávia Andrade, também foi internada no hospital da capital pernambucana, mas se recuperou. As duas comeram um peixe da espécie arabaiana, conhecido como “olho de boi”.
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Um caso desse tipo, em meio a uma pandemia como a que vivemos, assusta qualquer um, mas felizmente não é tão comum assim – apesar de estar aumentando os casos em algumas regiões brasileiras e preocupando os especialistas.
Em agosto deste ano, o estado do Amazonas registrou o impressionante número de 26 casos, o que já pode ser considerado como surto. Uma mulher de 51 anos também morreu no dia 28 daquele mês.
A condição rara, na verdade, se chama Síndrome de Haff e sua transmissão depende de uma série de fatores incomuns para ocorrer. Desde 2017, Pernambuco só registrou quinze casos da doença, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
A doença é causada por meio do consumo de pescados de água doce, como o já citado “olho de boi” e badejo, contaminados por toxina que causa necrose muscular, falta de ar, dormência e altera a coloração da urina para um tom preto.
A ‘doença da urina preta’ se constitui em um tipo de rabdomiólise, nome dado para designar uma síndrome que gera a destruição de fibras musculares esqueléticas e libera elementos de dentro das fibras (como eletrólitos, mioglobinas e proteínas) no sangue.
A doença de Haff gera uma rigidez muscular. Além disso, frequentemente ocorre como consequência o aparecimento de uma urina escura em função da insuficiência renal, razão pela qual essa expressão é utilizada para se referir à enfermidade.
Tratamento da Síndrome de Haff, a doença da urina preta
Para o seu tratamento, é indicado que o paciente se hidrate bem nas 48 e 72 horas seguintes aos primeiros sintomas, pois assim é possível diminuir a concentração da toxina no sangue e favorece a eliminação da mesma pela própria urina.
Também pode ser recomendado o uso de analgésicos para alivio da dor e desconforto e até mesmo diuréticos.
As complicações da doença surgem quando não é feito o tratamento adequado, causando insuficiência renal aguda e aumento da pressão arterial em um determinado ponto do corpo que coloca os músculos e nervos desta região em risco.
Os infectologistas ainda não sabem afirmar ao certo se a contaminação do animal ocorre pelo mau acondicionamento ou de algas presentes em sua alimentação.
A principal dificuldade está no fato de que a toxina não tem nem gosto nem cheiro específicos, o que torna mais complexa a sua percepção. Ela também não é eliminada pelo processo de cocção do peixe.
Peixes que podem transmitir a ‘doença da urina preta’, a Síndrome de Haff
Nos relatos registrados ao longo dos anos, pessoas acometidas da doença ingeriram diferentes tipos de peixe, como:
- Salmão;
- Arabaiana (olho de boi);
- Badejo;
- Pacu-manteiga;
- Pirapitinga
- Tambaqui;
- Diversas outras famílias, como Cambaridae e Parastacidae.
Nem todo peixe das espécies citadas é responsável pela infecção, que é considerada rara.
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