O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a transferência imediata da embaixada do país em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. A mudança implica no reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, o que é rejeitado pelo mundo islâmico, que tem na cidade diversos locais sagrados.
No discurso, Trump reforçou que o posicionamento não significa que ele esteja tomando partido de algum dos lados do conflito Israel-Palestina. “Vou fazer tudo o que estiver em meu poder para ajudar em um acordo em Israel. Nos mantemos profundamente comprometidos em conseguir a paz entre os dois lados”, disse o presidente.
A construção da nova embaixada começará o quanto antes, segundo Trump, e contará com “o trabalho de arquitetos e engenheiros para tornar o prédio um monumento pela paz”.
O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel havia sido aprovado pelo Congresso americano em 1995, mas nunca chegou a ser colocado em prática. O texto dá ao presidente americano o poder de adiar a decisão a cada seis meses, sob o argumento de que ela representa uma ameaça à segurança dos Estados Unidos. Cabe destacar, por outro lado, que boa parte da comunidade internacional condena essa mudança e também o reconhecimento da cidade como capital e os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado independente.
Desde a aprovação da medida, todos os ocupantes da Casa Branca enviaram comunicado ao Congresso explicando tal adiamento. Em maio, no primeiro vencimento do prazo em seu mandato, Trump fez o mesmo. O novo período de seis meses acabou na segunda-feira, sem que o presidente enviasse a comunicação ao Congresso.
Alerta para protestos violentos
A embaixada dos EUA em Berlim, na Alemanha, está alertando os cidadãos americanos para a possibilidade de protestos violentos no país após o presidente americano, Donald Trump, reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Trump ainda informou que planeja transferir a embaixada dos EUA em Tel Aviv para Jerusalém.
Em comunicado, a embaixada americana em Berlim informa que esse posicionamento pode desencadear protestos, sendo que alguns deles podem se tornar violentos.
“Reveja seus planos de segurança pessoal; permaneça atento ao seu entorno, incluindo eventos locais; e monitore notícias locais para atualizações. Mantenha um alto nível de vigilância, tome as medidas adequadas para melhorar sua segurança pessoal e siga as instruções das autoridades locais. Evite áreas de demonstrações e tenha cuidado se estiver perto de multidões, protestos ou manifestações”, aconselha a embaixada americana.
Macron discorda
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou via Twitter o país “não está de acordo” com a decisão do homólogo dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
“A França apoia a solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo em paz e segurança, com Jerusalém como a capital de ambos. Focamos no apaziguamento e diálogo”, afirmou.
Israel celebra
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, qualificou esta quarta-feira como um “dia histórico”, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecer Jerusalém como a capital israelense. Netanyahu disse em comunicado que seu país está “profundamente grato” e que o anúncio de Trump é “um importante passo para a paz”.
O líder israelense disse que Israel “continuará a trabalhar com o presidente e sua equipe para tornar o sonho da paz realidade”.