Enquanto os cientistas buscam por rastros de formas de vida em planetas dentro e fora do Sistema Solar, a pista que precisamos pode estar bem mais perto do que se imagina, na Lua. É o que indica um estudo realizado pela Universidade Estadual de Washington, segundo o qual o nosso satélite pode ter chegado a abrigar vida há alguns bilhões de anos.
Embora hoje a Lua seja um ambiente bastante inóspito para abrigar vida como a conhecemos, as coisas podem não ter sido sempre dessa forma. Segundo Kara Goldfarb, uma das autoras do estudo, houve dois períodos em que a Lua teve mais condições de ter abrigado vida. O primeiro foi quando o satélite ainda era bem jovem, há 4 bilhões de anos. O mais recente foi há 3,5 bilhões de anos, época que coincide com uma alta atividade vulcânica na Lua.
Nessas duas épocas, a água que está presente na Lua até hoje, mas em forma de gelo, era líquida, o que facilitava a sobrevivência de micro-organismos. Além disso, sabe-se que logo que surgiu, o satélite terrestre possuía um pequeno campo magnético, assim como a Terra. Isso também poderia ajudar a proteger as formas de vida básicas de qualquer ameaça vinda de fora, como radiação e ventos solares.
Estilhaços de vida
Mas a suposta vida lunar não teria se desenvolvido sozinha. Os cientistas explicam que quando o Sistema Solar se formou colisões entre corpos em formação, asteroides e outros objetos eram extremamente comuns. É bem provável, inclusive, que própria Lua tenha se formado a partir de um forte impacto sofrido pela Terra em seus primeiros dias de vida.
Na época em que essas colisões eram comuns, o mais plausível é que algum fragmento de rocha da Terra contendo micro-organismos nativos do nosso planeta tenha chegado até a Lua, onde as formas básicas de vida teriam encontrado a água em estado líquido e se desenvolvido por lá, pelo menos enquanto havia ambiente propício.