O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou um vídeo no qual o exército demonstra o sucedido teste de um sistema de defesa de alta altitude (THAAD, na sigla em inglês). Ele aconteceu na costa do Alasca na noite do último domingo (30), dois dias após a Coreia do Norte lançar um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar o território americano.
Apesar de parecer uma espécie de provocação, o teste do THAAD já havido sido planejado meses atrás.
O vídeo mostra o míssil interceptador sendo disparado de Kodiak, no Alasca, e posteriormente se colidindo com o alvo, um míssil disparado pela Força Aérea Americana a partir do porta-aviões C-17, no Oceano Pacífico.
Assista uma reportagem do canal americano CBS sobre o teste abaixo (atenção, está em inglês):
O THAAD foi designado para interceptar e destruir mísseis de curto e médio alcance durante a fase final de seus voos. Ele utiliza uma tecnologia chamada de “acerte para matar”, no qual a energia cinética do missíl interceptador destrói seu alvo.
No entanto, ele não foi feito para destruir o tipo de míssil que a Coreia do Norte disparou no último final de semana, pois ele é muito mais rápido e tem alcance maior.
O atual sistema de defesa dos EUA, chamado de Defesa Terrestre de Meio Caminho, não mostrou ser muito útil em testes. Por exemplo, em 19 deles, ele só teve sucesso em 10. Já o THAAD conseguiu destruir 12 alvos em 15 testes realizados.
O exército dos EUA, na realidade, começou a desenvolver o THAAD para a Coreia do Sul, como forma de proteger seu aliado contra os mísseis de curto alcance da Coreia do Norte.
Só que o teste enfureceu a China, que argumentou que o desenvolvimento de tal tecnologia pode desestabilizar ainda mais a situação na península coreana.
O canal de TV estatal norte coreano mostrou imagens do teste do míssil na sexta-feira (28), que foi supervisionado pessoalmente por Kim Jong-Un.
O lançamento desse novo míssil foi interpretado como um aviso de que os Estados Unidos não estão salvos da destruição caso tentem atacar o país, segundo informações do canal de TV estatal.
O teste também tinha como objetivo confirmar o alcance máximo e outros aspectos técnicos do projétil. Ele também seria capaz de carregar uma ogiva nuclear em seu interior.
Se for disparado em uma trajetória normal, o foguete poderia chegar a cidades como Los Angeles, Denver e Chicago, e teria capacidade para alcançar cidades como Nova Iorque e Boston, segundo especialistas.
Horas depois do teste, os EUA fizeram dois bombadeiros B-1B sobrevoarem a península coreana, como forma de responder ao teste dos norte coreanos.
O lançamento ocorreu menos de um mês após o norte conduzir um teste com um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), como forma de provocar os esforços dos EUA, Coreia do Sul e Japão para encerrar o programa nuclear de Pyongyang.
O teste de domingo do THAAD chegou em meio as notícias de que Donald Trump, presidente dos EUA, afirma estar pronto para ordenar um ataque contra a Coreia do Norte “dentro do próximo ano.”
Algumas fontes em Washington afirmam que oficiais do Pentágono já possuem planos para obliterar uma instalação de armas nucleares que funciona dentro de uma montanha na Coreia do Norte.
Esse movimento, que certamente terá ataques retaliatórios de Kim Jong-Un, poderia ser o primeiro grande passo para interromper o programa nuclear dos norte coreanos.
Donald Trump também voltou suas atenções para a China, após publicar, em seu Twitter, que o país poderia “facilmente” resolver os problemas da Coreia do Norte, mas que os chinenses não fazem nada para ajudar os Estados Unidos além de apenas “conversar.”
Trump também aproveitou e publicou na rede social, no último sábado a noite, que os líderes americanos anteriores foram “tolos”, pois ele acredita que seus antecessores permitiram que a China conseguisse altos lucros com trocas enquanto que não ajudaram em nada com a questão da Coreia do Norte.
Kim Jong-Un já havia alertado Trump que estava levando a sua nação à beira de uma guerra nuclear.