A família italiana que não sente dor graças a mutação genética

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Uma família italiana não sente nenhum tipo de dor. Cientistas acreditam que a condição deles pode ajudar no desenvolvimento de novas drogas analgésicas.

Pelo menos 6 pessoas da família, com idades variando entre 78 e 16 anos tiveram casos de ossos quebrados e ferimentos que acabaram nem percebendo. O Dr. James Cox, da Universidade de Londres conta um desses casos. “As vezes eles sentem dor logo no começo, mas ela passa muito rapidamente. Por exemplo, Letizia quebrou seu ombro enquanto esquiava, mas depois continuou esquiando pelo resto do dia e dirigiu para casa. Ela não percebeu até o dia seguinte”, disse. As dores que eles sentem costumam desaparecer totalmente depois de 50 a 60 segundos.

A condição da família é um tipo de hipoalgesia congênita e foi denominada Síndrome de Marsili, o sobrenome dos indivíduos. Alguns deles também não liberam suor, ou o fazem bem pouco. Todos os membros da família são altamente sensíveis a odores, que podem levá-los a sentir náuseas, vomitar e até mesmo desmaiar.

Apesar da insensibilidade à dor, que permite que eles comam quantidades grandes de alimentos picantes e se sintam confortáveis recebendo massagens fortes, todos os Marsili relatam casos esporádicos de dor de cabeça e dor lombar, principalmente ao realizar esforço físico.

Os Marsili e os medicamentos analgésicos

Cientistas fizeram uma série de testes com os membros da família e descobriram que a falta de sensibilidade à dor não era causada por alterações nervosas, mas sim pela mutação de um gene denominado ZFHX2.

Cientistas retiraram esse gene de um grupo de ratos e eles ficaram muito mais sensíveis à dor. O gene dos Marsili foi então introduzido e os ratos ficaram muito mais tolerantes à dores e altas temperaturas, principalmente na cauda.

O gene ZFHX2 controla outros 16 genes, sendo que alguns deles têm relação com a dor. Os cientistas esperam que entender o funcionamento desses genes possa ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos analgésicos, que poderiam ser usados no tratamento de dores crônicas.

 



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