Pacientes que estão passando pelo processo de quimioterapia para tratar um câncer podem sofrer com diversos efeitos colaterais inusitados. Foi exatamente o que aconteceu com um homem na Arábia Saudita, que após passar pelo procedimento, ficou com as unhas marrons, com linhas brancas no meio.
O caso acaba de ser divulgado por médicos da clínica de oncologia da Universidade King Saud. Segundo o relatório, o homem tem 42 e estava lutando contra um linfoma não Hodgkin. Apesar de o resultado ser estranho, esse é um problema muito comum em pacientes que tomam ciclosfosfamida, um dos medicamentos usados no tratamento contra o câncer, e é conhecido pelo nome de melanoníquia.
O que mais chamou justamente a atenção dos médicos envolvidos no estudo foram as presenças dessas linhas brancas no meio de cada uma das unhas do paciente, que possuem até mesmo um nome dentro da medicina.
“As linhas transversais de aparência opaca (seta longa na foto de capa) nas unhas são chamadas linhas de Mees, e as linhas de aparência mais translúcida (a seta curta) são chamadas de linhas de Muehrcke. As de Mees se desenvolvem como resultado de lesões na matriz da unha, enquanto as linhas de Muehrcke estão relacionadas à vascularização anormal do leito ungueal”, explicaram os médicos Musa Alzahrani e Mohammed Al Jasser.
Explicando melhor, as cascas duras das unhas que são mais velhas são empurradas para frente e criam a placa ungueal (a parte que fica abaixo das unhas), à medida que novas são criadas pela queratina que está na base dos dedos.
Como as células produzidas pelas unhas também se dividem rapidamente igual às células cancerígenas, a quimioterapia e outros tratamentos semelhantes podem afetar seu funcionamento, o que resulta na melanoníquia.
Ao menos, o homem não deve ter ligado tanto para suas unhas marrons, pois o tratamento deu certo e ele se curou do linfoma não Hodgkin. Em questão de meses, suas unhas voltaram ao normal.