Pode parecer improvável, mas aparentemente músculos e preferências políticas estão diretamente ligados. Pelo menos é o que diz um estudo realizado na Dinamarca, que mostrou que homens considerados musculosos ou “bombados” têm tendência a aprovar sociedades desiguais, mesmo quando eles estão do lado menos favorecido. Entre as mulheres musculosas, o fenômeno não acontece.
A pesquisa foi feita pelo professor Michael Bang Petersen, que leciona Ciência Política na Universidade de Aarhus, na Dinamarca. Ele se baseou em outros estudos anteriores sobre o tema e realizados em vários países como Estados Unidos, Ucrânia, Polônia e Venezuela. Dessa forma, evitaria obter resultados que refletem apenas a realidade de seu próprio país.
Em seu estudo, Petersen avaliou fisicamente os voluntários e aplicou a eles um questionário sobre políticas econômicas onde havia perguntas sobre programas de auxílio social, entre outras. O resultado mostrou que entre os homens mais fortes, a maioria era contra esses programas, preferindo sociedades em que as diferenças permanecem mais evidentes.
Para Petersen, a razão dos resultados obtidos tem a ver com os primórdios da humanidade. “Nossos ancestrais caçadores-coletores viviam em pequenos grupos sem autoridades centralizadas e, portanto, os conflitos podiam ser resolvidos usando força física. Hoje, nossa capacidade de ter sucesso é mais uma questão de inteligência do que de força. Ainda assim, machos fortes se comportam como se pudessem ter sucesso sozinhos”, explica.
Mulheres são mais justas
Em relação às mulheres, esse padrão simplesmente não foi observado. A relação entre a opinião política e a massa muscular é simplesmente inexistente no sexo feminino, revelando que as mulheres acabam sendo, no geral, um pouco mais justas do que os homens em relação a certos fatores.
Petersen explica que certas mudanças da sociedade nem sempre são imediatamente acompanhadas pela biologia do ser humano. “Evolução biológica é um processo muito lento. Levam-se muitas, muitas gerações para que nossa psicologia se adapte às condições culturais, como a da existência de sociedades de massa. Por conta disso, nossos esqueletos continuam pegando emprestado algumas intuições da Idade da Pedra”, disse.
