Mãe cursa Direito e vira espiã na internet até encontrar assassino do filho

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A comerciante Patrícia Gusmão é formada em Serviço Social. No segundo semestre de 2016 ela começou a cursar Direito, com um objetivo: encontrar o assassino de seu filho.

Maik Joilson Gusmão tinha 19 anos. Foi morto a tiros por Elton Victor Silvestre da Silva, quando esse invadiu a festa de aniversário de um dos irmãos de Maik.

Patrícia ficou desolada e tinha dificuldade de acompanhar o processo judicial devido aos termos técnicos da área de Direito. Ela também não via evolução no processo. “A Polícia Civil estava muito empenhada, mas sei que há outros diversos casos. Como era eu que tinha perdido meu filho e era a mais interessada nisso, decidi ir atrás do assassino.”, conta.

Ela entrou então no curso e começou a tentar rastrear o assassino, conhecido como Vitinho, pelo Facebook. Utilizando-se de um antigo perfil de sua irmã, que acabou se tornando uma conta fake, ela fez amizade com parentes do assassino e passou a acompanhar os passos da família na rede social.

Patrícia chegou até o criminoso através de uma prima dele, que publicou sobre sua gravidez, marcando Vitinho na publicação. Com essa informação a polícia rastreou a clínica onde a prima do assassino estava, chegando assim até ela e ao próprio Vitinho, que estava desde então escondido na casa da prima.

A delegada Juliana Chiquito Palhares, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá diz que a participação da Patrícia nas investigações foi importante. “Ela trazia ao nosso conhecimento todas as informações que ouvia sobre o crime. Ela era como um catalisador de informações”, diz.

O futuro

A prisão de Vitinho trouxe alívio para Patrícia, mas não diminuiu sua vigilância. “Eu fiquei mais aliviada, mas depois que ele foi preso, fiquei acompanhando todo o caso, para ter certeza de que ele não seria solto”, ela diz.

Vitinho foi condenado a 16 anos e 5 meses de prisão em regime fechado. Sua defesa pediu que a pena fosse cumprida em liberdade vigiada, mas a Justiça negou. Agora, o réu tenta a redução da pena e aguarda resposta da Justiça.



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