A francesa Jeanne Calment é considerada a mulher e também a pessoa mais velha da história: ela morreu no ano de 1997, no sul da França, aos 122 anos, um recorde registrado no Livro dos Recordes. No entanto, um pesquisador acredita que a supercentenária mentiu a respeito de sua idade para o mundo todo.
Quem fez essa alegação é matemático russo Nikolay Zak, em um estudo publicado no portal ResearchGate. Ele acredita que na realidade, Jeanne se tratava de sua filha, Yvonne Calment. Zak alega que ela assumiu a identidade de sua mãe para evitar o pagamento de taxas de herança na década de 30.
O pesquisador acredita que Yvonne faleceu, na realidade, aos 99 anos.
O matemático também mostrou alguns dados para comprovar sua alegação. Zak disse que Calment perdeu pouquíssimos centímetros de altura assim que chegou aos 100 anos de idade, o que é uma contradição com o que acontece normalmente.
Outra evidência apontada pelo matemático é a de que o passaporte de Jeanne nos anos 30 dizia que a mulher tinha uma coloração de olhos diferente da que ela tinha em vida.
Zak também diz ter encontrado algumas discrepâncias físicas em Calment, como o formato de sua testa e queixo e que a mulher destruiu algumas fotografias e documentos familiares ao enviá-los para os arquivos da cidade de Arles, onde nasceu, viveu e morreu.
Mas, claro, muitas pessoas na comunidade científica criticaram as alegações do matemático russo. Umas delas é Jean-Marie Robine, que chegou a entrevistar Calment e escreveu um livro sobre ela pouco antes de morrer.
“Tudo isso é incrivelmente duvidoso e se baseia em nada”, disse Robine, para o jornal Le Parisien.
Robine disse que entrevistou Calment e que a mulher lhe respondeu perguntas que apenas ela saberia responder, como o nome de seu professor de matemática na infância.
Michel Vauzelle, prefeito de Arles quando Calment morreu, também questionou o estudo, ao chamá-lo de “completamente impossível e ridículo.”
Para o jornal The Washington Post, Nikolay Zak disse que levantou as suspeitas em fevereiro de 2018, enquanto estudava padrões de envelhecimento em pessoas com mais de 105 anos. Mas admitiu para a agência de notícias Reuters que ainda não possui grandes evidências a seu favor.
Jeanne Calment nasceu em 21 de fevereiro de 1875, antes mesmo da invenção da lâmpada, que ocorreu quatro anos mais tarde. Ela foi a última pessoa a ter lembranças do famoso pintor Vincent van Gogh em vida, após ele visitar Arles em 1888, descrevendo-o como uma pessoa “muito feia, sem graça, grosseiro e doente”. Ela chegou a morrer depois de sua filha e seu neto.