Podemos estar vivendo o início de uma nova corrida espacial. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o país pretende lançar uma missão para Marte em 2019. Se conseguirem, os russos mais uma vez irão sair na frente dos americanos.
Putin, que acaba de ser reeleito, revelou um ousado cronograma no programa espacial russo. “Nós estamos planejando lançamentos não tripulados, depois tripulados para o espaço profundo, como parte do programa de exploração lunar e de Marte”, afirmou.
Segundo o presidente russo, o objetivo é realizar pousos e análises nos polos marcianos, já que especialistas da Rússia acreditam que a chance de haver água nesses locais é muito grande. Os russos pretendem ainda continuar explorando a Lua em um projeto ainda mais ambicioso.
A pretensão de Putin é realizar pousos na Lua já em 2019, que abririam caminho para a execução de testes até 2023, com um retorno à Terra em 2025. Uma base lunar fixa poderia assim sair do papel entre 2040 e 2050.
A Roscosmos, agência espacial russa, estaria entrando assim em uma nova corrida espacial onde a Nasa, agência espacial americana, não é mais o maior rival, mas sim empresas privadas.
A SpaceX, do bilionário Elon Musk, pretende enviar foguetes com carga para Marte já em 2023. Para isso, eles acabam de desenvolver o Falcon Heavy, foguete mais potente já construído. A Boeing é outra empresa interessada na exploração espacial.
A Nasa pretende voltar a realizar lançamentos para Marte só em 2020 e eles podem estar certos, já que um fator espacial pode atrasar os planos russos.
GPS espacial
Para que um objeto saia da Terra e chegue a Marte percorrendo a menor distância, no menor tempo possível, é preciso analisar o que os cientistas chamam de janela de lançamento. Essa janela acontece quando as órbitas dos dois planetas ficam mais próximas, cerca de 56 milhões de quilômetros. Um pulo.
Essa janela ocorre apenas a cada 26 meses e o lançamento agendado da Nasa em 2020 conta com essa previsão. Se a Rússia pretende mesmo enviar missões para o planeta vermelho já em 2019, deverá contar com um desvio em torno do Sol, coisa de uns 401 milhões de quilômetros.
Essa diferença na trajetória devido à janela de lançamento deve acabar atrasando as missões russas.