Imagine como deve ser sair na rua e conseguir identificar em que nota estão todos os sons, de buzinas de carros a conversas, folhas caindo e tudo mais. Isso é o chamado ouvido absoluto, a capacidade de classificar qualquer som que chega ao ouvido em notas musicais. Mas se isso é uma mão na roda para um músico, pense que vivemos em um mundo bastante desafinado.
Não é preciso ter um ouvido diferenciado para conseguir esse “superpoder”, mas sim um cérebro. Acontece que quem tem ouvido absoluto, tem uma determinada região no lado esquerdo do cérebro superdesenvolvida e acaba conseguindo classificar e perceber as nuances sonoras do ambiente com mais facilidade. Músicos conseguem desenvolver essa habilidade até certo ponto, mas o ouvido absoluto mesmo, é de nascença.
Aproximadamente uma em cada 10 mil pessoas possui ouvido absoluto, mas a ciência ainda não sabe exatamente a causa do fenômeno. Há indícios de hereditariedade e há quem acredite que é possível desenvolver a habilidade com muito treino. Outros dizem ainda que todo mundo nasce com essa capacidade, mas ao não usá-la, ela acaba se perdendo.
Outra coisa que geralmente se confunde é que não é preciso ser músico ou saber ler notas e partituras para conseguir distinguir os sons de forma tão precisa. Acontece que, obviamente, os músicos ficam ainda mais afiados e, acredite, sofrem bastante, já que os sons da natureza, ou de uma grande cidade, por exemplo, nem sempre são afinados como uma orquestra, causando grande incômodo e irritação.
Silêncio, por favor
Grandes gênios da música são conhecidos pelo ouvido absoluto, desde eruditos até nomes famosos da música pop, rock e outros estilos. Um dos casos mais famosos é o de Wolfgang Amadeus Mozart, que conseguiu identificar o grunhido de um porco como um sol sustenido. Ludwig van Beethoven também possuía a habilidade.
Entre os populares, Jimi Hendrix, Michael Jackson, Frank Sinatra, Stevie Wonder e Ray Charles são alguns dos mais famosos, além dos brasileiros Heitor Villa-Lobos, Hermeto Pascoal e João Gilberto.