Seis voluntários se propuseram a ingerir peças de Lego, tudo pelo bem da ciência. O objetivo do experimento era saber quanto tempo depois o brinquedo sairia pelo “outro lado”, numa tentativa de entender melhor os riscos da ingestão de pequenos brinquedos por crianças, algo que geralmente é uma grande preocupação dos pais.
O estudo foi feito por médicos pediatras de várias universidades da Austrália e do Reino Unido e contou com a coragem de seis bravos voluntários. Cada um deles engoliu uma pequena cabeça de um boneco Lego e iniciaram então uma desagradável rotina de checar as próprias fezes para saber quando o brinquedo terminaria a longa travessia por todo o sistema digestivo.
Os corajosos participantes do teste foram selecionados entre os funcionários de vários hospitais pediátricos, para facilitar o interesse pela causa. Eles responderam a um questionário onde deviam contar se haviam realizado algum procedimento cirúrgico na região gastrointestinal, se tinham dificuldade para engolir objetos e também se tinham algum problema em revirar as próprias fezes em busca da minúscula peça.
Os voluntários tiveram que manter um verdadeiro diário onde descreviam a quantidade de vezes que evacuavam, além do aspecto das fezes, textura e claro, se a “caça ao tesouro” havia dado resultado. Dos seis participantes, cinco deles recuperaram a cabeça do boneco, sempre entre 1 e 3 dias após a ingestão.
O azarado
Apenas um dos voluntários não conseguiu pegar de volta a peça de Lego. O azarado era justamente Damien Roland, um dos autores do estudo. Ele afirmou que vasculhou suas fezes por aproximadamente duas semanas, sem intervalos, na esperança de encontrar o brinquedo. Ele não obteve sucesso.
A pesquisa completa os dados obtidos em um outro estudo da década de 70, realizado com moedas, um dos objetos mais comumente engolidos por crianças. Segundo esses dados, as moedas demoram um pouco mais para reaparecerem, geralmente de três a seis dias após a ingestão.