Bem no centro da porção sul do oceano Pacífico está localizado um deserto. Pode parecer estranho, mas é assim que os cientistas definem o chamado Ponto Nemo, o lugar no oceano mais distante de qualquer porção de terra.
O ponto em si, é circundado pelo chamado Giro do Pacífico Sul, um conjunto de correntes que transformam aquela região em um grande redemoinho.
O local é tão remoto que é frequentemente usado como cemitério de satélites e outros detritos espaciais, que são programados para caírem na região, reduzindo assim qualquer risco de ferir alguém em terra.
A vida marinha no local também é escassa, o que explica o fato de uma região tão grande do oceano Pacífico (cerca de 10% dele) ser chamada de deserto.
Nem mesmo no fundo do mar da região a vida é abundante. Isso é explicado pela própria distância em relação à terra, já que é de lá que acabam vindo os nutrientes que alimentam muitos animais a plantas marinhos.
As correntes oceânicas, que transformam o local em um redemoinho, também contribuem para que o alimento não chegue.
Para ajudar a complicar, o local tem uma das maiores incidências de raios ultravioleta em todo o mundo, o que torna tudo ainda mais difícil. Ao todo, no planeta, existem 5 giros como esse, que é o maior deles e também o mais inóspito.
Tem alguém aí?
Foi só em 2015 que os cientistas começaram a ter uma ideia melhor do que existe nessa região do oceano Pacífico, em termos de vida.
Obviamente, são apenas organismos microscópicos que sobrevivem na região e mesmo assim, são bem raros.
Uma expedição cruzou o Giro do Pacífico Sul e o Ponto Nemo saindo do Chile e indo até a Nova Zelândia.
Os pesquisadores analisaram uma região de profundidade entre 20 e 5 mil metros e o que encontraram de mais concreto foram apenas colônias de bactérias.
Eles chegaram à conclusão de que o local tem 1 terço a menos de vida microscópica do que o resto dos mares, em média.