Alguns meses atrás, observadores do céu em todo o mundo, os chamados “sky-watchers”, ficaram bastante animados quando surgiram notícias sobre um sinal misterioso de rádio que parecia ser proveniente de uma estrela chamada HD 164595.
Como a estrela HD 164595 fica localizada a cerca de 94 anos-luz de distância da Terra e a natureza da transmissão é, cientificamente, inexplicável, muitas pessoas começaram a levantar a hipótese de que este sinal poderia ser um possível contato de uma civilização alienígena com a Terra. Somente alguém com uma tecnologia extremamente poderosa poderia enviar um sinal dessa magnitude.
Entretanto, essa anomalia foi mais tarde explicada como uma perturbação terrestre causada por um satélite soviético. Mas isso levanta uma questão: E se esse sinal fosse alienígena? Quão avançado eles teriam de ser para conseguir tal façanha?
Como o Wall Street Journal explica, o quadro mais popular de referência para considerar tal pergunta é chamado de Escala Kardashev, proposto pelo astrofísico soviético Nikolai Kardashev em 1964.
A escala, que é totalmente hipotética, é útil porque nos dá três estágios diferentes de evolução – chamados de civilizações Tipo I, Tipo II e Tipo III – que medem o quão avançada tecnologicamente, uma sociedade é.
Isto, por sua vez, afeta o quão longe uma civilização seria capaz de enviar uma transmissão pelo espaço, caso algum alienígena queira entrar em contato e dizer um oi, por exemplo.
Agora, na Terra, podemos até ter algumas tecnologias bem desenvolvidas – como foguetes, hoverboards e coisas do tipo – mas quando se trata de tecnologias realmente avançadas, nós nem sequer nós classificados como uma civilização Tipo I.
Isso, porque nós ainda não somos tecnologicamente capazes de aproveitar toda a potencial energia gerada pelo nosso próprio planeta – colhendo cada último watt de energia solar, térmica, vulcânica, tectônica e oceânica. Podemos estar chegando cada vez mais perto disso, mas por enquanto, nós ainda não somos uma civilização Tipo I.
Na verdade, para nos tornamos uma civilização Tipo I, nossa produção de energia teria de ser 100 mil vezes mais poderosa do que a que temos hoje na Terra.
Com esse tipo de capacidade impressionante, uma civilização alienígena avançada em um planeta orbitando a estrela HD 164595, por exemplo, seria capaz de aproveitar mais de 1 trilhão de watts, para nós enviar uma transmissão através do espaço.
Já uma civilização Tipo II, seria ainda mais poderosa, tendo aprendido a não só aproveitar o poder do seu planeta, mas também controlar a energia da sua estrela hospedeira.
Para fazer isso, serie necessário construir um colossal aparato tecnológico, chamado de Esfera de Dyson – uma megaestrutura mecânica que circunda uma estrela e de alguma forma consegue captar toda sua energia.
Com essa quantidade incrível de poder, uma hipotética civilização Tipo II localizada em volta da estrela HD 164595, seria capaz de transmitir um sinal bastante poderoso, que poderia transmitir simultaneamente em todas as direções a partir do seu planeta. Já que o mesmo teria a capacidade de aproveitar algo como 100 bilhões de watts de potência, a partir dos painéis solares de sua “Esfera de Dyson”.
Mesmo uma civilização Tipo II sendo bastante avançada e capaz de captar todos os recursos energético de seu planeta e estrela, ainda estaria bem abaixo se comparado a uma civilização Tipo III.
Nesse estagio, uma civilização Tipo III seria avançada o bastante a ponto de conseguir assumir o controle de toda a energia de uma galáxia inteira. Basicamente, estamos falando de instalar uma Esfera de Dyson em cada estrela – o que, no caso da Via Láctea, significaria uma absurda quantidade de painéis solares.
O que vem depois? Bem, o próprio astrofísico Nikolai Kardashev listou apenas três tipos de civilizações em sua escala original, mas isso não impede que cientistas conjecturem sociedades ainda mais poderosas e avançadas.
Se existe uma civilização tão avançada assim, por que ela ainda não entrou em contato conosco? Bem, por que eles se preocupariam em fazer isso?