Cientistas brasileiros podem ter descoberto uma cura pra o HIV, vírus causador da Aids. O estudo ainda está sendo aprimorado, mas representa um passo importante.
Nos testes, um homem de 35 anos que recebeu o diagnóstico da doença em 2012, está há dois anos sem nenhuma carga detectável de HIV, o que o torna praticamente curado, um dos primeiros do mundo em relação a Aids.
O estudo é o trabalho de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e envolve um novo coquetel de medicamentos, com a adição de nicotinamida, uma droga derivada da vitamina B3.
O paciente foi submetido ao novo tratamento por 13 meses, com efeitos bastante notáveis nos exames e mesmo agora, 11 meses após o fim do teste, permanece sendo diagnosticado sem HIV.
Segundo os cientistas, trata-se do primeiro caso de remissão do vírus registrado no mundo sem o uso da técnica que envolve células tronco.
Dois casos, na Itália e Reino Unido, obtiveram bons resultados com as células, através de transplante de medula, o que resulta em um tratamento muito mais complexo e mais caro do que o coquetel brasileiro.
O paciente também teve um bom desempenho no teste de anticorpos, que detecta a presença do vírus através da atividade que o sistema imunológico cria para combate-lo.
A quantidade de anticorpos indica ausência do HIV, assim como outros exames. No entanto, é preciso ter calma antes de cravar o sucesso da pesquisa.
Primeiro passo
Ainda existem alguns detalhes para serem esclarecidos antes que os testes prossigam.
O mais importante deles é o fato de que o paciente curado é apenas um de um grupo de pessoas que recebeu o mesmo coquetel na mesma época e não obteve resultados satisfatórios. Testes em outros laboratórios vão ajudar a esclarecer esse ponto.
A pesquisa pela cura da Aids trabalha atualmente em medicamentos que possam impedir a atividade do vírus, mantendo-o em estado adormecido no corpo do infectado.
Há ainda outras pesquisas que estudam uma possível vacina, que forçaria o sistema imunológico a combater o HIV de forma mais eficiente.
