Está disponível na Austrália um serviço de aborto que funciona por telefone. A ideia parece ser inusitada, mas um estudo provou que tem funcionado muito bem na maioria dos casos. O serviço é fornecido pela Tabbot Foundation e custa 250 dólares.
As mulheres australianas que desejam realizar um aborto entram em contato por telefone com a Tabbot Foundation. Elas são encaminhadas para exames e recebem por correio doses de dois medicamentos usados no procedimento, mifepristone e misoprostol.
Elas têm acesso a suporte de médicos e enfermeiros 24 horas por dia durante o tratamento e 10 dias depois de terminarem, novos exames são agendados para confirmar se a gravidez foi interrompida.
O serviço é considerado prático, barato, seguro e também preza pela privacidade das pacientes, que poderiam sofrer julgamentos por parte de profissionais da saúde e outras pessoas, caso procurassem ajuda médica pessoalmente para abortar.
Um estudo conduzido pela professora Suzanne Belton, da Universidade de Melbourne, apenas confirma a eficácia do sistema. A pesquisa mostrou que 95% das mulheres que procuraram a Tabbot Foundation tiveram um aborto bem sucedido e sem complicações.
Apenas 2 mulheres entre as mil que participaram do estudo continuaram a gestação após tomarem os medicamentos, mesmo que de forma inviável. Nesses casos, elas podem escolher entre tomar uma nova dose dos remédios, realizar a retirada do feto cirurgicamente ou esperar que seja expelido naturalmente pelo corpo.
Seria viável no Brasil?
No Brasil, as mulheres não podem realizar abortos legalmente por escolha própria. O procedimento só é permitido em casos de estupro, prejuízo à saúde da gestante e anencefalia do feto. A busca por clínicas ilegais e métodos alternativos de realizar abortos mata milhares de mulheres todos os anos.
Além disso, o aborto é um tabu na sociedade brasileira e lideranças políticas ligadas a seitas religiosas e setores conservadores dificultam a criação e aprovação de leis que poderiam tornar o aborto livre no país.