Percebeu alguma diminuição no preço dos diversos modelos de smart TV nos últimos tempos? Saiba que isso pode ter relação com a coleta e venda dos seus dados pelos aparelhos, para que anúncios mais personalizados apareçam nos menus de seleção e telas de interface em geral, da mesma forma que acontece nos sites em que você pesquisa preços na internet pelo computador ou celular.
Alguns modelos de smart TV podem estar deliberadamente coletando dados dos usuários. Essas informações incluem o tipo de programação assistida, serviços usados, pesquisas feitas e até mesmo a localização. Uma das empresas que confirmou estar fazendo uso dessas informações é a Vizio, através de seu chefe de tecnologia, Bill Baxter.
Ele deu uma entrevista recentemente ao podcast The Verge, onde explicou melhor como tudo isso funciona. “É uma indústria feroz. É uma indústria de 6% de margem. A grande estratégia é que eu realmente não preciso fazer dinheiro da TV. Eu preciso cobrir os meus custos”, afirmou o executivo.
Ele explica que o lucro consiste em monetizar a TV após a venda, oferecendo ao consumidor propaganda e programação sob medida. E para isso, a coleta e venda de dados para outras empresas é fundamental. Baxter afirma que esse sistema de “troca” não funciona de forma muito diferente do que se tem na internet há tempos.
Pagando com dados
O executivo explicou que é essa “troca” de informações, onde a smart TV coleta dados do usuário, que permite que o preço dos aparelhos não seja tão alto. “Nós coletaríamos um pouco mais de margem no varejo para compensar isso”, disse Baxter. A questão está na autorização para que essas informações sejam compartilhadas, algo que parece bem pouco explícito nos modelos de smart TV da Vizio.
Outra marca, a TCL, também coleta informações de usuários, mas a interface dos aparelhos possui um menu onde o proprietário da smart TV pode regular a quantidade e o tipo de informação que será compartilhada, fazendo com que a “troca”, como Baxter se refere à estratégia, seja um pouco mais justa.