Devido aos últimos acontecimentos, o Telegram voltou a ser assunto no Brasil, especialmente em relação à segurança, comparado com o popular WhatsApp. Com tantas informações desencontradas, será que o aplicativo russo é realmente seguro? A questão da segurança é importante em qualquer ambiente digital e alguns cuidados básicos devem ser tomados.
O Telegram existe desde 2013. Ele foi criado por dois irmãos russos, que também são os responsáveis pelo VK, a rede social mais popular da Rússia. Em 2018, eles tiveram um problema com o governo de Vladimir Putin, que pediu que a empresa liberasse a criptografia, o código que protege as mensagens, o que eles se recusaram a fazer. Em outras palavras, nem o governo russo conseguiu “invadir” o Telegram.
O tal sistema de criptografia só chegaria ao WhatsApp em 2016, enquanto o concorrente russo possui a funcionalidade desde o início, em 2013. A grande diferença entre os dois aplicativos é a forma de armazenamento das mensagens: enquanto o WhatsApp armazena tudo no seu celular, delegando um pouco da responsabilidade de manter os dados seguros para o próprio usuários, o Telegram armazena tudo na “nuvem”, ou seja, em servidores da empresa.
O sistema de armazenamento russo teoricamente seria mais vulnerável a ataques de hackers, mas é aí que entra o grande trunfo deles: os desenvolvedores confiam tanto na segurança de seus servidores que chegam a oferecer um prêmio de 300 mil dólares para quem conseguir invadi-lo. Putin não conseguiu.
Cuidados básicos
Os dois serviços não são completamente impenetráveis, mas o Telegram parece ter alguns recursos mais eficientes em alguns casos, embora o armazenamento em nuvem seja um ponto fraco em relação ao WhatsApp. É o caso dos chats secretos, conversas que recebem uma criptografia ainda mais caprichada e podem ser programadas para se autodestruírem depois de um tempo. Também não há como criar grupos nessa modalidade de chat.
Independente do aplicativo, especialistas em segurança da informação são unânimes em recomendar a chamada verificação em duas etapas, que consiste na colocação de uma primeira senha de acesso ao celular, seguida por uma segunda senha, diferente, na hora de acessar o aplicativo de mensagens. No geral, todo cuidado é pouco.