Há poucos dias um terremoto ocorrido no sul da Bolívia foi sentido na cidade de São Paulo. Eventos como esse nos últimos tempos vêm derrubando o mito de que não existem terremotos no Brasil, mas a história sempre mostrou isso.
Ao contrário do que diz a sabedoria popular, acontecem terremotos no Brasil e não são poucos. Segundo o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo, pelo menos um tremor por semana é registrado no Brasil.
Porém, ele e Marcelo Assumpção, também sismólogo, explicam que os tremores de Terra no Brasil costumam ser de baixa magnitude e só são sentidos quando acontecem próximos a centros urbanos. Terremotos mais fortes já aconteceram, mas a média é de um a cada 50 anos, em média.
Há registros de sismos antigos em terras brasileiras. Um deles foi registrado pelo imperador D. Pedro II, em 9 de maio de 1886, na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. O monarca sentiu o tremor pessoalmente e ordenou que o barão de Capanema realizasse um estudo sobre tremores de terra no Brasil. Especialistas estimam que o terremoto em Petrópolis atingiu cerca de 4,3 na escala Richter.
Terremotos na Amazônia
Outro registro histórico é ainda mais antigo. Data do ano de 1690 e teria ocorrido na região do rio Amazonas. Os relatos foram feitos por dois padres jesuítas que estiveram na região e foram estudados pelo sismólogo José Alberto Vivas Veloso, pesquisador aposentado e ex-chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília.
Segundo Veloso, a magnitude desse evento pode ser estimada em 7 graus na escala Richter. “Esse sismo alterou significativamente a topografia do terreno e também produziu ondas parecidas a um pequeno tsunami, que reverteram momentaneamente a corrente do rio Urubu, inundando aldeias indígenas situadas a 5 km de sua foz no Amazonas”, afirmou.