Diz o ditado que “a fé move montanhas”. Aparentemente não só a fé, mas o último teste nuclear feito pela Coreia do Norte também conseguiu mover uma montanha de lugar. A bomba foi detonada dentro da montanha, perto da fronteira com a China.
A detonação causou um terremoto de 5,2 na escala Richter e o epicentro, era obviamente no Monte Mantap, na província norte-coreana de Hamgyong. A montanha tem 2200 metros de altura e já foi usada várias vezes para testes com bombas nucleares, desde 2003. No entanto, o mais impressionante deles aconteceu em 2017.
Com a ajuda de satélites alemães e japoneses, cientistas conseguiram calcular o tamanho do dano causado pelo teste no Monte Mantap. E os resultados são surpreendentes: durante a explosão, a montanha de um “pulo” de 3,5 metros e quando aterrissou, estava meio metro mais baixa do que antes.
Além do “terremoto” causado pela detonação, um novo sismo de 4,5 graus foi detectado alguns minutos depois, provavelmente devido ao desabamento dos túneis por onde a bomba foi levada até o coração da montanha, a cerca de 500 metros de profundidade.
Embora o governo da Coreia do Norte não divulgue informações oficiais, especialistas acreditam que esse último teste tenha detonado uma bomba equivalente a 13 ou 16 daquela detonada em Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.
Caçando bombas do espaço
A detonação de artefatos nucleares é algo tão poderoso que causa abalos sísmicos que podem ser detectados normalmente por instrumentos sismológicos, sem a possibilidade de serem diferenciados de terremotos naturais. Porém, o desenvolvimento de tecnologia detectora via satélite está mudando isso.
Com a detecção via satélite, fica mais difícil realizar testes clandestinos, já que não é mais possível “disfarçar” a bomba de terremoto. Os satélites conseguem realizar uma leitura mais precisa e tridimensional da origem do abalo sísmico. Agora está ainda mais difícil esconder uma bomba atômica, como se já não fosse.