Todos os anos, uma parte do universo observável e suas incontáveis galáxias, estrelas e planetas simplesmente desaparece. Mas por que isso acontece? Na verdade, todas essas porções do cosmos saem do espectro que podemos observar e passam a fazer parte da região desconhecida do universo, envolta em mistérios que a ciência só consegue por enquanto teorizar, mas está longe de poder fazer qualquer afirmação.
Para entender melhor o que está acontecendo, precisamos voltar até Isaac Newton e sua obra Principia, de 1687, que propõe que o universo é infinito, já que se fosse limitado, entraria em colapso devido à força gravitacional de tudo o que existe. Essa teoria vai de encontro com o paradoxo de Olber, criado no século XIX, que propõe que o universo seria finito, devido aos espaços negros no céu. Caso fosse infinito, veríamos a luz do infinito número de estrelas existentes.
Já no século XX, Vesto Slipher e Edwin Hubble descobriram que o universo está na verdade se expandindo e é aí que começa o problema. Essa expansão estaria acontecendo em algumas áreas a uma velocidade maior do que a da luz, fugindo assim da porção do universo que podemos observar. Deste modo, o universo observável está gradualmente, a cada ano, perdendo partes inteiras para o universo que não podemos observar, o que tende a ser um problema no futuro da exploração do cosmos.
O último a sair apaga a luz…
O atual universo observável consiste em um espaço esférico com aproximadamente 46 bilhões de anos-luz de raio. Parece muito, mas estima-se que isso seja o equivalente a apenas 3% do tamanho real do universo e isso tende a diminuir ainda mais já que o cosmos está se expandindo a uma velocidade assustadora.
Inicialmente acreditava-se que a expansão do universo estava diminuindo, mas estudos recentes mostraram que ela continua tão rápida quanto sempre foi, em alguns momentos até mesmo superando a velocidade da luz. Isso significa que, mesmo que fôssemos capazes de viajar na velocidade da luz, não conseguiríamos chegar ao limite do cosmos.
Com as galáxias e objetos se afastando cada vez mais um do outro, a tendência é que em determinado momento nada mais esteja dentro do universo observável, o que deixaria a exploração e estudo de áreas longínquas simplesmente impossível.