Centenas de pessoas, de idades diversas, fizeram longas filas para adquirir maconha para uso recreativo nas farmácias do Uruguai, na última quarta-feira (19), data em que o produto começou a ser vendido legalmente no país.
Nem mesmo o clima frio deteve os consumidores, que aguardavam por este dia desde que o governo uruguaio aprovou a lei que legalizou a produção e venda da maconha com fins recreativos.
Em uma das farmácias situadas no centro de Montevidéu, a fila tinha ocupava metade do quarteirão, com espera de aproximadamente uma hora para o atendimento. Apesar da demora e do frio, a cada vez que uma pessoa saía do local com o seu pacote de cinco gramas de Cannabis, máximo permitido, as outras se alegravam e as cumprimentavam.
Identidade
O processo de venda começa com a identificação do consumidor por um sistema de biometria, de modo a conferir se o usuário está habilitado para comprar. Isso trouxe alguns problemas, já que em certos momentos o sistema caiu ou não reconheceu o usuário, que teve de voltar para casa sem o produto.
Algumas pessoas, inclusive, tiveram que voltar aos correios, onde é feito o registro dos interessados, para se inscreverem novamente como consumidores.
Não dá ‘onda’?
Nos dias anteriores, muitos especularam que a baixa porcentagem de THC (principal componente psicoativo) na maconha disponibilizada ao público faria com que a substância não tivesse o efeito esperado. No entanto, os que abriram o envelope descreveram o produto como “muito bom” e de “muito boa qualidade”.
Uma das maiores dificuldades no começo da venda foi a pouca quantidade de farmácias habilitadas para comercializar a substância na capital uruguaia: apenas quatro, muito pouco perante os mais de três mil compradores inscritos que vivem em Montevidéu.
Muitos dos usuários presentes na fila opinaram que a medida põe o Uruguai diante dos olhos do mundo, como o início de algo que poderá ajudar a impulsionar uma mudança cultural e combater o problema do tráfico de drogas, servindo como exemplo para os outros países. As informações são das agências EFE e Brasil.