O vazamento de óleo que atinge a costa do Nordeste é uma catástrofe não só para o meio-ambiente, mas também para as pessoas que tentam diminuir o estrago. O contato direto com o petróleo pode ter consequências a curto e longo prazo para as pessoas que se esforçam para limpar as praias, algo que deveria estar sendo feito com equipamentos e pessoal mais adequado.
O petróleo, que teria origem na Venezuela, acaba se tornando uma massa grudenta em contato com a água do mar e sob os efeitos dos raios solares. Os impactos à saúde daqueles que têm contato com essa massa não são muito conhecidos, mas sabendo a composição do óleo, é possível determinar que se trata de um material tóxico para seres humanos.
Os efeitos observados a curto prazo, dentro de algumas horas até um dia após o contato com o óleo vazado, incluem irritação na pele, ardência, coceira e irritação nos olhos. Também deve se ter cuidado com o consumo de frutos do mar pescados na costa do Nordeste. A chance de contaminação é muito grande e os efeitos, nesse caso, são ainda mais graves.
O consumo de peixes e mariscos contaminados pode resultar em enjoos, náuseas, vômitos e até mesmo gastroenterite, uma inflamação que pode atingir o estômago e o intestino.
Depois que tudo passar
Já os efeitos a longo prazo são bem mais preocupantes. Com base em um estudo feito em 2015, após um vazamento de óleo similar, ocorrido no Golfo do México, cientistas apontam que as pessoas que entraram em contato com o óleo desenvolveram um perfil hematológico que as tornou muito mais propícias ao câncer.
Assim como em qualquer tragédia, também há o aumento de doenças como depressão, ansiedade e síndrome do pânico, geralmente associadas às perdas, tanto econômicas quanto relacionadas às alterações na rotina de trabalho, como no caso dos pescadores.
Doenças respiratórias e alterações no sistema reprodutor também podem ter ligação com o óleo, bem como danos à estrutura do DNA das pessoas afetadas, o que pode acarretar em problemas ainda não totalmente conhecidos.