Todo mundo ama viajar, mas e se pudermos juntar o útil ao agradável? É essa a ideia do volunturismo, um termo ainda pouco conhecido no Brasil, mas que tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre os mais jovens. No volunturismo, o objetivo não é apenas conhecer um país, mas poder ajudar as pessoas que vivem lá em condições sociais mais complicadas.
A origem da palavra é bem óbvia: voluntariado + turismo. As pessoas que se engajam nesse tipo de viagem não estão apenas interessadas em conhecer lugares novos e tirar fotos, mas realmente causar um impacto positivo por onde passam, como se estivessem retribuindo a recepção. Em troca de novas experiências e conhecimento, doa-se um pouco de tempo e trabalho.
Acontece que, infelizmente, as coisas não são tão simples assim e a prática não é tão benéfica como parece. Agências de viagens já vendem pacotes de volunturismo e o ramo já movimenta bilhões em todo o mundo. As opções incluem desde cavar poços no Haiti até a construção de casas para desabrigados em Honduras e alguns dias de serviço em um orfanato no Nepal.
A grande questão que o volunturismo gera é o quanto as comunidades locais desses países em situação ruim realmente ganham com isso. No final das contas, será que tudo não passa de um divertimento exótico para os mais abastados? Ou seria essa uma forma de mudar o mundo pouco a pouco, na prática?
Papéis bem definidos
Acontece que, obviamente, os volunturistas só passam alguns dias nos locais e seus serviços têm um dia certo para terminar. Além disso, o dinheiro que as pessoas pagam para realizar as viagens com voluntariado é todo das agências de viagens, pessoas e empresas que fazem isso acontecer. A comunidade não é beneficiada em nada.
O termo recentemente ganhou destaque no país por causa de Rafaella Kalimann, participante do Big Brother Brasil 20, que pretende embarcar numa viagem assistencial para o continente africano caso vença o programa e leve o prêmio de 1,5 milhão de reais.