Enquanto boa parte do Brasil ferve com um verão severo, os Estados Unidos vivem a maior onda de frio dos últimos 34 anos. O culpado? O chamado vórtice polar, fenômeno que afeta algumas partes do país ironicamente devido a uma massa de ar quente, levando as temperaturas para muito longe do 0 grau e causando muitos problemas, incluindo mortes.
A onda de frio vem afetando principalmente a região mais ao norte do país, em estados como Illinois e Minnesota. No primeiro, a cidade de Chicago tem enfrentado temperaturas de até 34 graus negativos, levando a trocadilhos onde a cidade é chamada de “Chibéria”, em comparação à Sibéria, conhecida região da Rússia onde o frio é extremo. O recorde de temperatura baixa até agora é da cidade de Ponsford, no Minnesota e seus 54 graus negativos.
O culpado por tudo isso é o chamado vórtice polar, fenômeno que quase sempre dá as caras no inverno norte-americano, mas não de forma tão impactante. Acontece que uma massa de ar quente vinda do longínquo Marrocos acabou deformando a massa de ar frio do polo norte, fazendo com que ela se expandisse mais para o sul, atravessando o Canadá e pegando boa parte dos Estados Unidos.
O vórtice polar foi responsável pela onda de frio em 2004 nos Estados Unidos, além de registros de temperaturas muito baixas nas décadas de 80 e 90, mas raramente ele vem com tanta força quanto nesse início de 2019.
Entrando numa fria
A onda de frio desse ano já registrou 12 mortes e tem afetado milhões de pessoas direta ou indiretamente. Nos estados de Illinois, Minnesota, Indiana, Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin, os correios simplesmente não estão funcionando e até serviços como transplantes de órgãos e sangue estão sendo prejudicados pelo simples fato de que os materiais não conseguem chegar aos seus destinos.
Na “Chibéria”, as linhas ferroviárias estão sendo aquecidas com fogo, literalmente, para que os trilhos não acabem trincando ou a linha fique bloqueada por gelo, como podemos ver nas imagens a seguir. O frio deve ficar mais ameno ao longo da semana, mas o alívio é temporário, com as temperaturas muito baixas voltando já no próximo fim de semana.