O escândalo do uso de dados de usuários do Facebook parece ser mais complicado do que se imaginava. O CEO da rede social, Mark Zuckerberg, admitiu que a empresa tem acesso ao conteúdo das mensagens privadas, enviadas pelo Messenger.
Zuckerberg foi entrevistado pelo editor da Vox em um podcast. Lá, ele admitiu que o Facebook pode acessar as mensagens privadas e elas podem ser lidas por humanos, caso o sistema detecte que elas violam as normas da comunidade, contendo conteúdo explícito ou potencialmente perigoso.
O dono do Facebook afirma que essa medida é tomada para evitar que mensagens de ódio e outras sejam disseminadas. Na mesma entrevista, ele relata que a rede social interceptou mensagens de ódio contra minorias étnicas em Mianmar, por exemplo.
A confissão de Zuckerberg coloca ainda mais lenha na fogueira em relação ao escândalo da Cambridge Analytica, empresa ligada a campanha presidencial de Donald Trump que comprou do Facebook dados de usuários da rede social, com a intenção de mapear os eleitores e mandar publicidade política dirigida, além de, possivelmente, fake news.
Recentemente, usuários afirmaram que ao encerrar sua conta no Facebook e baixar os registros da conta, descobriram que o aplicativo da rede social registrou todas as ligações telefônicas efetuadas por essas pessoas, com duração e horário de início e término das chamadas.
A Defesa
O Facebook se defende afirmando que muitas das informações coletadas são descritas nos termos de responsabilidade que os usuários afirmam aceitar quando criam os perfis na rede social. Basicamente, aqueles contratos que ninguém lê.
Além disso, a empresa afirma que está reformulando as opções dos usuários, que terão mais autonomia para definir as informações que desejam compartilhar com a empresa, de forma mais clara e objetiva.
No Brasil, o Facebook teria fornecido informações de cerca de 443 mil usuários para a Cambridge Analytica.
