O Supremo Tribunal Federal barrou a implantação do voto impresso no Brasil. Com isso, continuaremos utilizando a urna eletrônica, conhecida pela vulnerabilidade, que já foi provada em vários testes e invadida diversas vezes por hackers contratados pelo próprio governo para testar a segurança do equipamento.
A medida foi vencida por 8 votos contra apenas 2 a favor e faz com que as eleições brasileiras continuem dependendo das questionadas urnas eletrônicas. Em 2017, os equipamentos foram disponibilizados a diversos profissionais de dados que deveriam encontrar falhas na segurança do sistema. As falhas não só foram encontradas, mas eram grandes, muito vulneráveis e em grande quantidade.
Na época, o Governo Federal culpou uma recente atualização do sistema pelas falhas encontradas, o que foi negado pelos especialistas, que afirmam que os problemas já existiam antes da tal atualização. Após a decisão do STF, vários cientistas da computação se manifestaram contrários à dependência do voto eletrônico.
Um dos cientistas é Diego Aranha, da Unicamp, comentou sobre o assunto e ironizou a justificativa dada pelo STF para a decisão. “O principal argumento de apoio era o risco representado para o escrutínio da votação se um mesário verificasse a cédula impressa. Esta máquina também tem uma tela grande, mas tanto faz”, disse, se referindo à urna eletrônica.
Tudo continua como estava
A implantação do voto impresso não iria substituir a urna eletrônica, mas funcionar como uma ferramenta de validação e havia sido aprovada pelo Congresso Nacional em 2015. No entanto, o STF barrou a medida e segundo o ministro Luiz Fux, até mesmo uma licitação que já havia sido aberta para a compra das impressoras que iriam imprimir as cédulas de voto, será revogada.
Os únicos ministros favoráveis ao voto impresso foram Gilmar Mendes e Dias Toffoli. “Eu não entendo como ilegítima a proposta de o Congresso adotar o voto impresso, mas considero que esse processo há de se fazer de maneira segura”, afirmou Mendes, com cautela.